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Fora da prisão e com bens bloqueados, Lula passa a receber salário do PT

Fora da prisão e com bens bloqueados, Lula passa a receber salário do PT

Partido diz que valor será declarado à Justiça Eleitoral em prestação de contas. No PT, o pagamento de um dirigente político sem mandato costuma ser pouco inferior ao salário de um deputado federal, hoje de R$ 33.763

Publicado em 5 de fevereiro de 2020 às 20:02

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O ex-presidente Lula foi solto no fim do ano passado. (José Cruz/ABR)

Solto em novembro após 580 dias de prisão, mas com os bens bloqueados por decisão judicial, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou a receber, em janeiro deste ano, salário do PT na condição de dirigente político sem mandato. A informação foi antecipada pelo Globo.

A direção do PT não revelou o valor do salário do ex-presidente nem se ele é contratado em regime de CLT ou como pessoa jurídica.

No partido, o pagamento de um dirigente político sem mandato costuma ser pouco inferior ao salário de um deputado federal, hoje de R$ 33.763.

Lula foi funcionário do PT até ser eleito presidente da República, em 2002. Em 2015, quando deixou a Presidência, passou a ganhar R$ 20 mil mensais provenientes de retiradas do fundo de sua empresa de palestra.

Em um depoimento, o ex-presidente afirmou receber uma pensão de cerca de R$ 6.000 como anistiado político da ditadura militar. Embora Lula tenha declarado esse valor, sua assessoria não quis confirmá-lo. 

A assessoria do PT afirma que o valor do salário do ex-presidente será declarado à Justiça Eleitoral na prestação de contas do partido. 

Lula deixou a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que mudou em novembro seu entendimento em relação à prisão de condenados antes do trânsito em julgado (fim dos recursos).

O petista foi preso após ser condenado por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex de Guarujá (SP). Ele foi considerado culpado em primeira e segunda instância e depois no Superior Tribunal de Justiça (STJ). 

Lula também foi condenado no caso do sítio de Atibaia (SP) em primeira instância e depois no TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região). 

Além das duas condenações, ele é réu em outros seis processos que tramitam tanto na Justiça Federal do Paraná como no Distrito Federal e em São Paulo. 

A defesa de Lula tem negado todas as acusações desde a apresentação das denúncias e classificado a atuação dos investigadores como perseguição política.

No período em que Lula esteve preso, as finanças do petista passaram por deterioração. 

O ex-juiz federal Sergio Moro, então responsável pela Operação Lava Jato, bloqueou mais de R$ 600 mil de contas bancárias e cerca de R$ 9 milhões que estavam depositados em dois planos de previdência privada do ex-presidente. Além do dinheiro, apreendeu quatro imóveis e dois veículos. Também sofreu bloqueio o espólio da ex-primeira-dama Marisa Letícia, morta em fevereiro de 2017.

O Instituto Lula chegou a promover um leilão de fotos doadas por diferentes fotógrafos profissionais com imagens do petista nas últimas décadas e arrecadou cerca de R$ 624 mil para pagar dívida e cobrir despesas com advogados.

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Com o estrangulamento financeiro, o Instituto Lula fez cortes na equipe, e o PT passou a bancar um auxiliar para o ex-presidente em Curitiba.

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