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Dino interrompe depoimento após bate-boca e palavrões entre deputados

Dino interrompe depoimento após bate-boca e palavrões entre deputados

Ministro da Justiça deixou audiência na Câmara após parlamentares governistas e da oposição trocarem insultos, nesta terça (11)

Publicado em 11 de abril de 2023 às 17:25

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BRASÍLIA - O ministro da Justiça, Flávio Dino, interrompeu seu depoimento na Comissão de Segurança Pública da Câmara nesta terça-feira (11),  após a sessão virar palco de confronto entre deputados da oposição e do governo. Os parlamentares trocaram insultos e até palavrões.

Ao deixar a sessão, oposicionistas reagiram chamando Dino de "fujão". No começo da audiência, o ministro da Justiça foi cobrado pela proibição do registro novos para colecionadores, caçadores e atiradores profissionais, os CACs.

Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino
Flávio Dino foi cobrado pela proibição de novos CACs. (Bruno Spada/Câmara)

O deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP) chegou a comparar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Hitler, Mao Tsé-Tung, Stalin e Fidel. O parlamentar alegou que o presidente brasileiro, como os demais, quer desarmar a população. Dino protestou com o que chamou de comparação indevida. Ele ameaçou deixar a sessão se o clima fosse de insultos. E afirmou que não existe liberdade total no Brasil para porte de arma. Do mesmo jeito que concede o direito, o Estado pode tirar.

Durante a sessão, a deputada Carla Zambelli (PL-SP) xingou o deputado Duarte Junior (PSB-MA) mandando-o "tomar no c.". O parlamentar xingado prometeu representar contra a colega no Conselho de Ética da Câmara.

Duas diferentes pessoas acusaram o deputado Gilvan da Federal (PL-ES) de fazer ameaças durante a audiência. A reportagem o flagrou falando para a deputada constituinte Raquel Cândido. "A senhora veio para bagunçar de novo. A senhora gosta de uma bagunça. Você gosta de defender bandido. Aqui vai ter medo, aqui tem polícia", disse. A fala prontificou Raquel Cândido a perguntar se aquilo era uma ameaça. "É para ter medo mesmo. Você defende bandido", treplicou Gilvan.

"Eu sou constituinte. Isso aqui não é lugar pra ter medo de nada. Isso é lugar de debate", disse Cândido à reportagem. Em seguida, o deputado Márcio Jerry disse que Gilvan o teria ameaçado a resolverem as divergências fora da Câmara. O episódio gerou uma briga.

A oposição prometia "dar o troco" na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado. No primeiro encontro, na Comissão de Constituição e Justiça, Dino e deputados da base governista debocharam dos principais nomes do bolsonarismo que marcaram presença no colegiado presidido por Rui Falcão (PT-SP). Desta vez, Sanderson (PL-RS), membro da bancada da bala, está no comando.

O líder da oposição, Carlos Jordy (PL-RJ), afirmou que combinou uma estratégia com parlamentares para coibir o ministro a responder com piadas, como foi há três semanas. Dino é o principal alvo de bolsonaristas por ser a figura que coordena o plano antiarmas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e também por ajudado a operação do governo para deter manifestantes vândalos que participaram dos atos golpistas do 8 de janeiro.

Nesta quarta-feira (12), a comissão se reúne para ouvir o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, no que também promete ser uma sessão com provocações e ataques. Apenas nesta semana, outros cinco ministros devem comparecer à Câmara para prestar esclarecimentos aos deputados, indicando a desarticulação política do Palácio do Planalto no momento em que o Congresso tenta montar comissões mistas para a votação de medidas provisórias.

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