Publicado em 25 de fevereiro de 2024 às 14:40
O ato em defesa de Jair Bolsonaro (PL) conta até aqui com poucos discursos, um controle rígido do microfone e um único carro de som, diferentemente de protestos anteriores conclamados pelo ex-presidente.>
No alto do carro de som, na maioria do tempo, um apresentador puxa cantos como "Eu vim de graça" e "sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor". O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, discursou rapidamente no início da tarde, agradeceu aos presentes e foi embora em seguida.>
Segundo o entorno de Bolsonaro, o objetivo é evitar falas mais radicais, especialmente ataques ao STF (Supremo Tribunal Federal), que pudessem criar novos transtornos jurídicos para o ex-presidente, investigado por uma suposta tentativa de golpe.>
Como a expectativa é de muitos aliados de Bolsonaro presentes, a decisão também buscou controlar o tempo para que o ato não se estendesse demais. À coluna Mônica Bergamo Malafaia afirmou que, com apenas um carro de som, o risco de algum apoiador exaltado falar "alguma besteira" iria diminuir.>
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Na semana anterior ao evento, Bolsonaro e aliados também orientaram os apoiadores a não levar cartazes ou faixas com ataques. "Se alguém aparecer com cartaz ou faixa, nós vamos educadamente pedir para que recolham", avisou o deputado federal Tenente-Coronel Zucco (PL-RS), um dos participantes da manifestação.>
Como esperado, há muitas bandeiras do Brasil e também de Israel, motivo de críticas de bolsonaristas ao presidente Lula diante de seus recentes acenos contra a investida do país na Faixa de Gaza.>
Não há estimativa oficial de público, mas por volta das 14h os manifestantes se concentravam por dois quarteirões da avenida, entre a alameda Ministro Rocha Azevedo e a rua Professor Otávio Mendes.>
Em eventos anteriores, além de criticar o STF e o Congresso, apoiadores de Bolsonaro também exibiram faixas e cartazes apoiando a ideia de um golpe de Estado no Brasil e enaltecendo a ditadura militar que ocorreu entre 1964 e 1985.>
Caso seja processado e condenado pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado democrático de Direito e associação criminosa, o ex-presidente poderá pegar uma pena de até 23 anos de prisão e ficar inelegível por mais de 30 anos.>
Bolsonaro ainda não foi indiciado por esses delitos, mas as suspeitas sobre esses crimes levaram a Polícia Federal a deflagrar uma operação que mirou seus aliados no início do mês.>
Bolsonaro aposta mais uma vez numa manifestação para tentar demonstrar seu capital político. Os preparativos do ato deste domingo, no entanto, são marcados pelo medo, uma vez que o ex-presidente e aliados estão acuados pelas apurações da PF.>
Não foram poucos os conselheiros que orientaram Bolsonaro a ter cautela nas palavras. Além do mais, há no entorno dele quem tema que algo fuja do controle durante a manifestação ou mesmo que haja baixa adesão do público — o que aumentaria a percepção de isolamento do ex-mandatário.>
Bolsonaro ainda não foi indiciado por esses delitos, mas as suspeitas sobre esses crimes levaram a Polícia Federal a deflagrar uma operação que mirou seus aliados no início deste mês.>
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