Publicado em 6 de setembro de 2024 às 14:12
BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) informou que terá uma reunião nesta sexta-feira (6), às 14h30, em Brasília, para tratar das denúncias de assédio relacionadas ao ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, e afirmou que "alguém que pratica assédio não vai ficar no governo".>
A declaração ocorreu em entrevista à rádio Difusora Goiânia, na manhã desta sexta-feira (6), após a organização não-governamental (ONG) Me Too Brasil ter informado, em nota, na quinta-feira (5), que recebeu denúncias de que Almeida teria cometido assédios sexuais. >
Lula disse que soube do caso na noite de quinta (5) e que pediu à Advocacia-Geral da União, à Controladoria-Geral da União e ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, para que fizessem conversas sobre a situação antes da reunião. >
"O que posso antecipar para vocês é o seguinte: alguém que pratica assédio não vai ficar no governo", declarou. "Eu só tenho que ter o bom senso de que é preciso que a gente permita o direito à defesa, à presunção de inocência. Ele tem o direito de se defender.">
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Na sequência, Lula afirmou que o governo vai acionar a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e a Comissão de Ética da Presidência da República para investigar o caso.>
"Estou numa briga danada contra a violência contra as mulheres. O meu governo tem uma prioridade em fazer com que as mulheres se transformem, definitivamente, numa parte importante da política nacional. Então, eu não posso permitir que tenha assédio", disse.>
Lula continuou: "então, nós vamos ter que apurar corretamente, mas eu acho que não é possível a continuidade no governo, porque o governo não vai fazer jus ao seu discurso, à defesa das mulheres, à defesa inclusive dos direitos humanos, com alguém que esteja sendo acusado de assédio".>
Segundo Lula, o encontro à tarde deve incluir duas ministras, além da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, e do próprio ministro dos Direitos Humanos.>
Até o momento, não houve apresentação de provas e de detalhes sobre os relatos de assédio. Em nota e em vídeo em redes sociais, o ministro afirmou que as denúncias são falsas e que está sendo vítima de perseguição. >
O Palácio do Planalto declarou que Almeida foi chamado para dar explicações sobre o caso. A instituição não fez referência à ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. Segundo o site Metrópoles, a ministra também teria sido vítima de assédio. Ela não se manifestou. >
A primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja, publicou uma foto em que beija a testa de Anielle. O Ministério das Mulheres disse que as denúncias são "graves" e que qualquer tipo de violência e assédio contra mulheres é "inadmissível".>
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