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É psicólogo corporativo, consultor e partner do GPTW

Tema LGBTQIAP+ nas empresas ainda não é motivo de orgulho

Neste mês de junho, quando se comemora o dia do orgulho LGBTQIAP+, é importante elencar as lutas e as necessidades de uma comunidade com potencial produtivo, inventivo, intelectual e econômico

  • Peter Noronha É psicólogo corporativo, consultor e partner do GPTW
Publicado em 20/06/2023 às 15h10

Assim caminha a humanidade: com passos de formiga e sem vontade. A frase extraída da música de sucesso do cantor Lulu Santos, que fala sobre amores, também pode ser aplicada, com livre licença poética, à luta pela inclusão da comunidade LGBTQIAP+ na sociedade brasileira. A humanidade caminha a passos lentos nessa direção, ora com acenos relevantes sobre igualdade de direitos, ora com pequenos retrocessos.

Neste mês de junho, quando se comemora o dia do orgulho LGBTQIAP+, é importante elencar as lutas e as necessidades de uma comunidade com potencial produtivo, inventivo, intelectual e econômico e que tem muito a contribuir para com o desenvolvimento do país em diferentes setores.

No mercado de trabalho, por exemplo, ainda há inúmeros percalços para a consolidação de um ambiente saudável, onde a diversidade e a inclusão sejam um projeto de gestão e abarque todas as letras da comunidade e mais ainda: que incorpore na esteira dessa pauta a igualdade de gênero e intolerância ao racismo.

Uma recente pesquisa realizada pela consultoria de cultura organizacional, diversidade e inclusão Santo Caos, cerca de 6 entre 10 profissionais não héteros já relataram que foram alvo de um algum tipo de discriminação no ambiente de trabalho. No caso das pessoas trans e bissexuais, o percentual de ocorrências chega a 86% e 72%, respectivamente. O mesmo levantamento destaca, ainda, que essa população – um total de 10,4% da amostra - está menos disposta a recomendar a empresa onde trabalha do que aqueles que não são LGBTI+ (40% contra 59%).

Também chama a atenção a falta de percepção dos colaboradores sobre as medidas afirmativas de diversidade e inclusão praticadas pelas empresas. Os chamados treinamentos e programas de D&I (diversidade, equidade e inclusão) são uma importante ferramenta para mudar essa realidade, mas necessitam de investimentos e uma boa diretriz para surtir os efeitos desejados.

Bandeira LGBTQIA+
Bandeira LGBTQIA+. Crédito: Pixabay

Apenas 4% das organizações conseguem ser bem-sucedidas nas suas ações, englobando aspectos ligados à comunidade LGBTQIAP+, como também políticas de igualdade de gênero e racismo.

Para ser inclusivo, basta fazer mais do que dizer. É necessário criar um clima organizacional acolhedor, capaz de acompanhar as transformações sociais e comportamentais, criando canais de escuta, monitoramento e satisfação dos colaboradores. Empresas que investem na diversidade, inclusão e bem-estar dos colaboradores gozam de ambiente mais seguro para o desenvolvimento humano e profissional com ganho para todos.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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