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Motivação e autoconfiança serão ainda mais cruciais no próximo Enem

Há alunos que não se adaptaram ao ensino a distância ou simplesmente não têm computador. Os mais afetados vão precisar de apoio de amigos e familiares para driblar adversidades

  • Marina Franco
Publicado em 26/06/2020 às 11h00
Atualizado em 26/06/2020 às 11h00
Estudantes negros devem entrar em contato no perfil do Pretos no Enem no Instagram ou através de e-mail
Estudantes negros devem entrar em contato no perfil do Pretos no Enem no Instagram ou através de e-mail. Crédito: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Todos os anos os candidatos ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) sentem muita ansiedade em relação à prova. Neste ano, porém, muitos estão mais estressados pelas mudanças no ano letivo e na rotina escolar devido à pandemia do novo coronavírus. O estudante que se sente prejudicado para fazer a prova deste ano pode vir a desenvolver diferentes tipos de problemas de ordem mental. Entre eles, os mais comuns são a ansiedade e o estresse agudo.

Além disso, as constantes preocupações podem impactar no dia a dia do indivíduo, fazendo com que desenvolva, por exemplo, transtorno de ansiedade generalizada ou transtorno do pânico. Podem surgir também outros problemas como a depressão e a compulsão alimentar em virtude de uma carga emocional muito grande.

O Enem deste ano vai ser diferente. O motivo é que a pandemia modificou a forma de estudar. Há alunos que não estão conseguindo se adaptar ao ensino a distância ou simplesmente não têm computador. Aqueles que foram mais afetados vão precisar de um maior apoio de amigos e familiares para que não percam a autoconfiança e consigam driblar as adversidades que estão surgindo.

Para este momento, a autoconfiança é essencial. Caso venha a desanimar, corre o risco de impactar diretamente nos objetivos e desempenhos. Assim, a dificuldade real de não ter acesso a alguns conteúdos se somará a uma crença de falta de capacidade. Isso gera um ciclo que, por si só, tende a produzir os resultados que eles mais temiam. É o que chamamos do poder do pensamento positivo, se não acreditamos em nós mesmos, agimos como se não fôssemos capazes e acabamos por gerar o que temíamos. Os candidatos precisam acreditar neles.

Para quem está precisando de ajuda para ter autoestima e acreditar que é possível chegar lá, é fundamental que pais e amigos se mostrem e estejam presentes oferecendo apoio emocional e ajuda nos estudos mesmo que através de videochamadas.

Candidato, lembre-se de valorizar cada conquista alcançada, focando no processo e não no resultado. Aconselho que crie uma rotina de estudos com pausas e divisão de tarefas grandes em menores (ou subtarefas) para que sejam mais possíveis de serem concluídas com sucesso, o que vai gerar uma motivação após a realização. Converse com colegas que estão na mesma situação ou ex-alunos sobre inseguranças que tiveram para ter expectativas realistas.

Também questione os pensamentos aliados à ansiedade quando aparecerem, lembrando que os nossos pensamentos são apenas pensamentos e não a realidade. Respire e procure se manter tranquilo. Treine o pensamento positivo, pois o que pensamos tem o poder de criar realidades. Acredite nisso!

Tente prever situações que poderiam dar errado na hora da prova e pensar no que faria para reverter. Talvez na prova possa dar aquele “branco”, tentar pular a questão até lembrar do conteúdo ou nesse momento manter a calma. Essa preparação vai ajudar a lidar com possíveis cenários ruins. Por último, tenha uma rotina de sono saudável. Estude, acredite e boa prova.

*A autora é psicóloga, especialista em terapia cognitivo-comportamental e mestre em Psicologia Clínica 

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