Guarapari precisa ir muito além de suas areias terapêuticas

Cidade Saúde conquistou sua fama por causa da areia monazítica, mas tem que mostrar ser muito mais do que isso

Publicado em 23/09/2019 às 16h37

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Rômulo Augusto Penina*

O capixaba gosta do Espírito Santo, mas quem gosta de turismo em solo capixaba aproveita mesmo é Guarapari, uma maravilha da natureza.

No auge dos seus 128 anos de história, completados na última semana, a cidade merece ser reconhecida. E um desses motivos está nas famosas areias da Praia da Areia Preta, no centro. Sou testemunha do seu vigor e qualidade de vida. Na verdade, há estudos que comprovam que a areia emana um gás radônio que, junto com as condições do local, proporcionam uma radiação que previne doenças.

Em 2014, as areias monazíticas, por seus efeitos terapêuticos e medicinais, chegaram a ser conhecidos pelo mundo. É um recurso natural que é praticamente um remédio. A Ufes, inclusive, realizou naquele período uma pesquisa fundamental e de relevância científica na cidade.

Foi na década de 1960 que Guarapari apareceu para o mundo turístico e conseguiu o título de Cidade Saúde. Talvez não só pelas areias, mas também pela qualidade de vida dos moradores.

Mas nem tudo está dentro dos conformes na cidade. Um exemplo é a vergonha do atual Radium Hotel, que está morrendo já alguns anos”. Do seus tempos áureos, nos anos 1950, restou um prédio antigo e abandonado.

O espaço, localizado no centro da cidade, iria ser reformado, criando um espaço que abrigaria um museu, enfim, para atividades culturais. Mas muitos moradores locais ainda lutam com as autoridades para tentar salvar o prédio. No entanto, as respostas que chegam dos órgãos competentes são um sonoro... silêncio.

É como disse Luiz C. Menezes: “Detentor de maior potencial do Espírito Santo, Guarapari com suas belíssimas praias tem quase tudo para reconquistar o grande prestígio que desfrutou no passado, nas décadas de 60 e 70, como um dos melhores balneários do país. O Radium Hotel era um ponto chique, chegou a receber um cassino muito frequentado. Guarapari, mesmo com sua vocação turística, foi atropelado pelo próprio crescimento. É preciso um serviço de qualidade, requisito indispensável para atrair turistas”.

Portanto, a cidade precisa recuperar seu momento de glória e se preparar para que o futuro seja ainda melhor para turistas e moradores. Há muitos anos sou um frequentador dessa querida cidade e afirmo, por experiência própria dos meus 84 anos de idade, a qualidade de vida que ela proporciona: ”Guarapari, Guarapari, não queremos sair daqui”.

*O autor é ex-reitor da Ufes

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