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É advogado e professor universitário

Dia da Advocacia é a celebração da voz constitucional da sociedade

O advogado e a advogada, portanto, antes de assumir o compromisso para com o seu constituinte assume um compromisso para com o Estado, com a democracia, com a ordem jurídica

  • Leonardo Roza Tonetto É advogado e professor universitário
Publicado em 10/08/2023 às 13h20

O dia 11 de agosto é a data escolhida para se comemorar o dia do advogado e da advogada.  Não são protagonistas somente os profissionais que exercem esse sacerdócio, mas, também, todos aqueles destinatários de sua função social. Há em seu labor uma única razão de ser: humanizar e concretizar o direito.

Os advogados estão sempre nos espaços onde há uma súplica, desde os mais vulneráveis, até aqueles que detêm maior poder aquisitivo. As suas dependências estão e precisam estar abertas a todos, sem entraves a se entrar nelas.

Em um contrapelo histórico, pode-se afirmar que a advocacia se transformou na voz constitucional da sociedade. Inúmeros são os exemplos de uma atuação memorável: regime militar, movimento de redemocratização, controle do uso de medidas provisórias, combate ao crime organizado, efetivação de direitos, entre tantos outros.

No Espírito Santo, em especial, a advocacia se portou diante da luta contra o crime organizado durante a era Gratz e José Ignácio, sendo personagem simbólico político do auge da até então crise institucional; contra o recente ato do Tribunal de Justiça na tentativa de fechamento de comarcas, a criar obstáculos no acesso à Justiça, além de outras atuações que foram significativas na busca pela materialização de direitos.

Ao resguardo de um estado efetivamente cidadão, o Brasil, em sua estrutura organizacional, garantiu à advocacia a sua imprescindibilidade para a prestação jurisdicional. Não se trata apenas de uma atividade eminentemente profissional. Pela Carta Política de 1988 há uma investidura de função pública ao postular em nome do cidadão, provocando o Judiciário no sentido de aplicar o direito.

O advogado e a advogada, portanto, antes de assumir o compromisso para com o seu constituinte assume um compromisso para com o Estado, com a democracia, com a ordem jurídica, com a cidadania e com os direitos humanos e sociais.

Cinge ao exercício da advocacia não apenas modificar a sua forma técnica de pensar e ver a sociedade, mas, sim, valorizar aquele que nasceu à margem do berço esplêndido, contribuindo para a construção de um estado mais solidário, igualitário, justo e livre em todos os seus termos.

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Crédito: Pixabay

A celebração deste dia é, em verdade, a renovação do compromisso para com o povo, mantendo-se firmes os elos de proteção de valores e instituições democráticas e na defesa de nossa Carta Política, da própria vida, da liberdade, do trabalho, dos direitos humanos e, principalmente, da igualdade.

A advocacia existe para o povo, coexistindo não apenas para dominar o Direito, mas também para desafiá-lo sempre que houver que se buscar o acesso à justiça, à cidadania, à dignidade e à democracia.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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