• Rachel Martins

    Uma jornalista que ama os animais, assim é Rachel Martins. Não é a toa que ela adotou duas gatinhas, a Frida e a Chloé, que são as verdadeiras donas da casa. Escreve semanalmente sobre os benefícios que uma relação como essa é capaz de proporcionar

Belinha: moradores de Afonso Cláudio unidos para ajudar cachorrinha atropelada

Publicado em 30/01/2024 às 14h48
Belinha foi atropleada em Afonso Cláudio no último dia 20 de janeiro

Belinha foi atropleada em Afonso Cláudio no último dia 20 de janeiro. Crédito: Divulgação

Era 20 de janeiro, Festa de São Sebastião, em Afonso Cláudio, quando a cidade recebe inúmeros turistas e a cachorrinha comunitária Belinha, como sempre, resolveu participar recebendo carinho de suas dezenas de tutores e das pessoas que, embora não estejam na lista das que contribuem para seu bem-estar, também a acolhem com todo o amor.

A funcionária pública Andressa Martins de Oliveira explica que em todo o evento, Belinha faz sucesso. "Ela adora esses encontros na cidade, gosta muito de gente, e nesse dia não foi diferente. Como normalmente nessas ocasiões tem show musical na praça, ela sobe até no palco", conta.

Andressa Oliveira explica que Belinha é sempre uma preocupação quando ocorrem eventos na cidade e, normalmente, acaba sendo acolhida na casa de alguém, justamente para evitar qualquer tipo de acidente. Mas nesse dia, a cachorrinha estava solta e acabou atropelada perto da meia-noite, como mostram as imagens da câmera de uma loja, a única que a comunidade conseguiu. Veja vídeo mostrando o momento do acidente.

“Só fiquei sabendo que ela estava mal na segunda pela manhã, perto das 8 horas, quando me ligaram e informaram que estava na rodoviária machucada, sentindo dor. Então, pedi para uma pessoa que trabalha lá para fazer o favor de levá-la até meu serviço. E logo que chegou, percebi que estava com muita dor e sangrando, então corremos para a clínica veterinária em Castelo, que tem uma parceria com o Projeto Focinhos Carentes e nos fornece descontos quando necessário, onde foram realizados vários exames".

A funcionária pública explica que pelas imagens dessa câmera é possível ver que o motorista que a atropelou, deu ré e desceu do carro para socorrê-la. "Desde o começo acreditei que ao descer do carro ele achou que ela estava 'bem' e por isso foi embora. O pior é ver que depois do acidente, um motoqueiro que estava parado na rua, provavelmente esperando alguém no local, tentou chutar a nossa cachorrinha, ainda bem que não conseguiu. Posteriormente, um rapaz de camisa verde, vendo que Belinha estava com dificuldade de levantar, a colocou em seus braços e levou para a rodoviária, imaginando ser um local mais seguro. Confesso que fiquei com mais ranço do motoqueiro do que o motorista que a atropelou, isso é uma maldade sem tamanho", frisa.

SOCORRO

Andressa Oliveira ressalta que a placa do carro foi identificada. "Nem fizemos Boletim de Ocorrência, quando fui falar com o motorista, que é uma pessoa bem simples, ele explicou que realmente não a viu, mas que quando sentiu que havia batido em algo, parou e desceu para ver o que tinha acontecido e achou que ela estava bem. Ele se comprometeu a ajudar com as despesas da clínica, dos exames e da cirurgia, dentro do que lhe for possível. Desde que vi as imagens, deduzi que ele não viu Belinha e não foi intencional, foi uma fatalidade", garante.

Belinha passou por uma cirurgia nessa terça-feira (30)

Belinha passará por uma cirurgia nessa terça-feira (30). Crédito: Divulgação

Belinha está internada desde então na clínica veterinária, onde realizou vários exames. Foi constatado que está com duas fraturas na pelve, uma de cada lado, e vai precisar de uma cirurgia bem delicada. "Infelizmente, além disso, ela testou positivo para erliquiose e, por isso, precisou antes de realizá-la passar por um tratamento para melhorar suas taxas, como, por exemplo, as plaquetas. O médico-veterinário de Linhares, especialidade em ortopedia, vai fazer a cirurgia nesta terça (30)", explica.

"As despesas, claro, estão ficando bem altas. Conseguimos mediante doações o valor para arcar com essa primeira etapa, que ficou em mais de R$ 6 mil. Infelizmente, o Espírito Santo é o único estado do Sudeste que ainda não conta com um Hospital Público Veterinário, por isso partimos para a boa vontade das pessoas que amam os animais e a Belinha, especialmente. Mas fico muito triste porque na hora de brincar com a Belinha, fazer carinho, tirar fotos, aparece um monte de gente, mas na hora de doar nem que seja R$ 2, muitos não colaboram, e Belinha é um Patrimônio Municipal de Afonso Cláudio. Agora, estamos na torcida para que ela fique bem e se recupere totalmente para continuar trazendo alegria para o nosso município", ressalta.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de HZ.

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