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Rodrigo Maia é reeleito presidente da Câmara dos Deputados

Rodrigo Maia é reeleito presidente da Câmara dos Deputados

Os demais candidatos não conseguiram chegar nem perto da votação de Maia

Publicado em 2 de fevereiro de 2019 às 00:16

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(Fabio Rodrigues Pozzebom | Agência Brasil)

Depois de uma longa jornada de negociações e acordos de bastidores, inciados antes mesmo da eleição de 2018, Rodrigo Maia (DEM-RJ) foi reconduzido, nesta sexta-feira (1), à presidência da Câmara dos Deputados. Em vitória contundente, Maia conseguiu se eleger no primeiro turno, com 334 votos . Alinhado à pauta do superministro da Economia, Paulo Guedes, conseguiu formar uma ampla aliança. Conjugou o apoio de deputados do PSL , integrantes de uma bancada inexperiente e ainda sem trato político, com partidos de esquerda, como PDT e PCdoB. Entre os dois polos, conseguiu ainda reunir mais 13 partidos de centro.

Os demais candidatos não conseguiram chegar nem perto da votação de Maia. Às 21h26, o placar da Câmara dos Deputados marcava 66 votos para Fábio Ramalho (MDB-MG), 23 para Marcelo van Hattem (Novo-RS), 50 para Marcelo Freixo (PSOL-RJ), 30 para João Henrique Caldas (PSB-AL) , 4 para Ricardo Barros (PP-PR) e 2 para Sargento Peternelli (PSL-SP).

Antes de os deputados irem às urnas, Maia foi o mais aplaudido entre candidatos que discursaram — interrompido cinco vezes pelas palmas. Ele focou sua fala de candidato no plenário na defesa das reformas econômicas. Afirmou que o estado brasileiro perdeu capacidade de investimento e que é preciso enfrentar o tema para permitir melhorias em outras áreas.

"As reformas não são simples, mas são necessárias. Visitei quase todos os estados brasileiros, visitei deputados, deputadas, prefeitos governadores, todos eles, do PT ao DEM, me pediram uma coisa: se não aprovarmos essas reformas, todos os estados e municípios chegarão ao ponto que chegou Minas Gerais, onde os bombeiros trabalham naquela tragédia (de Brumadinho) sem receber salários", afirmou Maia.

O passo decisivo para a vitória de Maia foi dado na semana passada, quando o líder do PP, Arthur Lira, abandonou a disputa e enterrou a possibilidade de um bloco formado por PP, MDB, PTB, PT e PSB.

O passo decisivo para a vitória de Maia foi dado na semana passada, quando o líder do PP, Arthur Lira, abandonou a disputa e enterrou a possibilidade de um bloco formado por PP, MDB, PTB, PT e PSB. Esse bloco esperava atrair outros dois partidos de centro-esquerda, PCdoB e PDT, para abocanhar mais cargos na Mesa e enfraquecer o atual presidente da Câmara. A intervenção de Maia foi decisiva. Manteve comunistas e pedetistas sob sua órbita.

A articulação desembocaria em um agravamento da crise na esquerda. Ontem, a situação chegou ao plenário, com acusações entre PSOL e PCdoB. Tudo por que a formação dos blocos para a disputa da Mesa prejudicou PT, PSB, PSOL e Rede. Isolados, ficaram apenas com o terceiro maior grupo. Já PCdoB e PDT, com acordo firmado com partidos do centrão, ficaram a segunda posição. Isso poderá lhes dar o direito de liderar a oposição.

"O PT quer tutelar o PCdoB. E, dessa vez, não! Estão usando o PSOL e o PSB, com todo o respeito", discursou Orlando Silva.

Desde o fim da campanha eleitoral de 2018, o PDT tenta se desvincular do PT para ser uma alternativa de poder para esquerda.

O deputado Carlos Zarattini (PT-SP) afirma que como há partidos aliados ao governo no bloco formado por PDT e PCdoB, esse grupo não poderá indicar o líder da minoria.

"O regimento é claro: a minoria compete ao grupo de partidos de oposição ao governo. Esse bloco que o PC do B e o PDT está tem alguns partidos do governo. Então, a vaga da minoria deve caber ao maior partido do bloco da oposição, que é o PT. E nós podemos indicar de outro partido da oposição, como PSB, PSOL e Rede", afirmou Zarattini.

Questionado qual seria a reação caso Rodrigo Maia (DEM-RJ) dê a vaga para o bloco com PDT e PC do B, Zarattini evitou comentar a hipótese.

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"Se ele fizer isso, aí é esmagar o direito da oposição porque vai dar a minoria para partidos que estão com o governo. Ele não vai fazer isso em hipótese nenhuma", afirmou o deputado petista.

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