> >
Governo trabalha por consenso na eleição da Mesa da Assembleia

Governo trabalha por consenso na eleição da Mesa da Assembleia

Chefe da Casa Civil, Davi Diniz diz que o governo não trabalha com candidatura única

Publicado em 8 de janeiro de 2019 às 02:25

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Davi Diniz tem participado de conversas para a composição da futura Mesa Diretora da Assembleia. (Fernando Madeira)

O chefe da Casa Civil do governo Casagrande, Davi Diniz (PPS), não esconde o óbvio e confirma que tem participado, como representante do governo do Estado, das conversas para a composição da nova Mesa Diretora da Assembleia Legislativa – inclusive, o governador Renato Casagrande (PSB) recebeu nesta segunda (07), no Palácio Anchieta, e vai continuar recebendo ao longo da semana, todos os deputados, para conversas institucionais.

Embora deputados digam, nos bastidores, que a reeleição do atual presidente da Casa, Erick Musso (PRB), seja a tendência, Diniz salienta que o governo não trabalha com candidato único.

Cabe ao secretário, ex-chefe da Fazenda na gestão de Luciano Rezende (PPS), em Vitória, a articulação política do governo do Estado com todos os parlamentares – os 30 estaduais, os 10 federais e os três senadores.

Na gestão anterior de Casagrande, Diniz presidiu o Idaf e comandou o Planejamento. Considera-se "treinado" para a articulação política porque exerceu a função na Prefeitura de Vitória. Mesmo na Fazenda, trabalhava para apagar incêndios provocados pela oposição na Câmara.

Como o senhor se preparou para a função?

Vem desde lá de trás. Desde que entrei no Idaf, em 2013, uma marca que a gente sempre colocou foi o diálogo nas relações interpessoais. Em 2015, cheguei na Secretaria de Planejamento com o planejamento pronto. Então, era só execução orçamentária e relação com secretários. Depois, na Câmara de Vitória, tínhamos uma oposição formada, com Zezito Maio, Reinaldo Bolão, Marcelão, e outros. E esse diálogo era feito por mim, mesmo como secretário da Fazenda.

Mas não é uma dimensão muito diferente para ser usada como referência?

A discussão passa por uma relação com as pessoas. Saímos do número de 15 vereadores para 30 deputados estaduais, 10 federais e três senadores. Mas a gente tem um grupo aqui para atuar nessa relação de diálogo político com os atores, com cada parlamentar. É uma dimensão maior, mas com mais recursos, mais preparo.

Quais foram as primeiras providências à frente da pasta?

Desde que o Renato Casagrande me anunciou, em dezembro, venho atuando. Procurei o ex-secretário da pasta, José Carlos da Fonseca Jr, para que não tivesse constrangimento para ele nem para mim. Fizemos reunião, eu, ele o presidente da Assembleia, uma reunião e coloquei o pedido para atuar, de forma clara.

Já mapeou alguma dificuldade com a base?

O que temos que ter com clareza é o perfil e a pauta de cada deputado. Não posso pedir para um deputado que trata exclusivamente da educação para não tratar de educação. Não posso pedir para que um deputado que trata das corporações não tratar. Não posso pedir para um deputado que trata do tema da saúde não tratar. A gente está mapeando o perfil de cada um. Com esse mapeamento, é possível saber a pauta e o que ele vai estabelecer ou não de diálogo com o Executivo.

Casagrande e os políticos do PSL têm visões muito diferentes sobre temas variados. A bancada do partido tem quatro deputados. Haverá problema na relação do governo com eles?

Não acho. Os deputados eleitos do PSL fazem parte da renovação de 15 deputados. Em relação à bancada, não vejo qualquer dificuldade. Já fizemos conversas tranquilas e longas com Capitão Assumção, com Alexandre Quintino e com Danilo Bahiense. Com o Torino Marques falei por telefone. Não vejo dificuldade. Cada deputado, individualmente, tem uma pauta legítima. Vamos tratar as pautas de forma criteriosa. Não vejo que vão colocar qualquer resistência ao governo ou a qualquer pleito que atrapalhe a condução do Estado.

E com relação ao Sergio Majeski (PSB). Possivelmente, ele se tornará um opositor, mesmo sendo do partido do governador. Qual será a estratégia? Isolá-lo?

Ele vai ter o mesmo tratamento que os demais, de muito diálogo e proximidade. Não acho que Majeski será opositor. Acho que ele tem, de forma legítima, as pautas e reivindicações das quais não abre mão. De forma muito respeitosa, vamos entender a legitimidade dele de defender o que ele entende como melhor para o Estado.

Tem como construir e manter uma base a não ser com cargos e emendas?

Emendas estão colocadas no Orçamento desde antes da nossa gestão e sempre foram utilizadas. Em relação aos cargos, eles têm que ser indicados de forma bem técnica. Mudou muito essa questão de oferta de cargo para ter a base aliada. Nosso entendimento é o de que a base aliada será composta pelos partidos que têm visão de Estado equilibrada e alinhada com nossa visão. Óbvio que alguns partidos estiveram com a gente e foram convidados, como o PDT.

Como o governo vai se envolver na eleição da Mesa Diretora?

Primeiro, temos que ter respeito, porque é um Poder independente. Queremos contribuir com um diálogo que gere uma Mesa harmônica. Nossa expectativa é participar do diálogo que já estamos fazendo, para que a gente ajude a criar uma Mesa de consenso, que permita ter governabilidade para o presidente da Casa e que permita que o governo consiga aprovar os projetos de interesse do Executivo.

Como se dará? Indicando o presidente?

Não vamos indicar A ou B. Estamos vendo o que cada grupo e cada deputado pretendem e preferem.

Os deputados falam que a tendência é reeleger Erick Musso. O fato de ele ser ligado ao Paulo Hartung é problema?

Este vídeo pode te interessar

Não estamos debatendo nomes. Não temos preferência e não vamos indicar nomes. Se o Erick fez essa construção junto ao governo anterior e consegue se colocar, é legítimo. Mas entendemos que existem mais de um candidato à presidência, e que Erick não é candidato único. Outros deputados têm manifestado interesses diferentes do nome do atual presidente. Mas não existe, por parte do governo, nenhum veto (ao Erick).

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais