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Crítica: 'It: Capítulo 2' é Stephen King para bem e para o mal

Crítica: "It: Capítulo 2" é Stephen King para bem e para o mal

Continuação do terror blockbuster de 2017 faz boa adaptação de livro de Stephen King e mantém a pegada do primeiro filme

Publicado em 4 de setembro de 2019 às 23:51

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Um dos assuntos recorrentes de “It: Capítulo 2”, que estreia hoje no Estado, é de que Bill (James McAvoy) nunca consegue concluir bem seus livros de suspense. A crítica ao trabalho literário do personagem provavelmente é uma piada interna com os críticos de Stephen King, autor do livro que deu origem ao filme, e também uma brincadeira com o desafio que o diretor Andy Muschietti tem com o segundo filme sobre o Clube dos Perdedores e o palhaço Pennywise (Bill Skarsgård).

King, de fato, tem problemas para apresentar soluções que mantenham a qualidade das primeiras partes de seu trabalho. Muschietti, por sua vez, tem em mãos a oportunidade de pegar o bom material original e transformá-lo em algo definitivo. “It: Capítulo 2” é quase isso. Quase....

It: Capítulo 2. (Warner/Divulgação)

A trama se inicia 27 anos depois da conclusão do filme de 2017 e os jovens, tendo deixado o palhaço no passado, seguiram com suas vidas – o casting dos atores é acertadíssimo e não é difícil identificar os personagens do primeiro filme em suas versões adultas.

Em sua primeira cena, o filme traz um brutal assassinato de um casal gay. Será essa a maldade responsável por trazer Pennywise de volta? Ou será que o palhaço teve algo a ver com o ataque? Após o ocorrido, Mike (Isaiah Mustafa), que permaneceu em Derry, no Maine, convoca seus amigos de volta para, de uma vez por todas, eliminar o palhaço.

RITMO

“It: Capítulo 2” gasta tempo introduzindo as versões adultas dos personagens, todos eles, claro, com cicatrizes que carregam desde os acontecimentos da infância.

O novo filme tem uma estrutura similar à do livro ou à do telefilme de 1990, com os jovens de Maine sendo mostrados por flashbacks. A escolha quebra o ritmo da narrativa, que, depois da primeira metade, se aproxima muito mais da do filme de 2017.

It: Capítulo 2. (Warner/Divulgação)

Apesar de terem menos tempo em tela desta vez, são as crianças o coração do filme com os acontecimentos em suas vidas após a primeira incursão ao “mundo” do Pennywise – as “missões” dos adultos, não fosse pelo excelente elenco, seriam totalmente descartáveis.

O roteiro constrói um clima pesado, que deixa o espectador tenso durante todo o filme, mas prefere apostar nos sustos fáceis e em um excesso de monstros de computação gráfica. É irônico, assim, que as melhores e mais assustadores partes do filme sejam aquelas mais próximas da realidade, com uso de efeitos práticos.

“It: Capítulo 2” não é o filme que vai calar os críticos de Stephen King, mas é uma boa adaptação. É um filme de terror que tem coração, identidade e tem excelente elenco. Durante suas quase três horas de duração, o filme de Andy Muschietti não cansa – não é perfeito, mas tampouco é o material original.

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NOTA: 7,5

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