Uma tecnologia de precisão para monitorar e delimitar as áreas de propriedades rurais está reduzindo em quase 70% o tempo de vistorias e elaboração de bases de dados.
As informações de campo coletadas com a vistoria geolocalizada, como foi chamada a inovação, permite que as consultas e inclusão de dados sobre as propriedades sejam feitas em qualquer lugar.
O sistema inédito consiste em um aplicativo instalado em tablets, que consegue unir mapas e pontos georreferenciados com informações e fotos sem precisar estar conectado a internet.
A tecnologia foi desenvolvida pelo Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf) a partir de um software livre, que pode ser usado gratuitamente, e será utilizada para realizar o Cadastro Ambiental Rural (CAR) das propriedades, a fiscalização e o licenciamento de barragens e obras, por exemplo.
Atualmente 30 pessoas do Idaf utilizam essa tecnologia, mas até o mês que vem o número deve ser ampliado para mais 70 profissionais.
Segundo o agrônomo da subgerência de Licenciamento Florestal do Idaf, Michel Tesch Simon, o atual Código Ambiental prevê que, no mínimo, 20% da área das propriedades superiores a 4 módulos fiscais precisam ser de reserva florestal e Área de Preservação Permanente. Para que o produtor consiga o CAR, que é um registro público eletrônico de âmbito nacional e obrigatório para todos os imóveis rurais, é preciso cumprir a legislação.
Tínhamos um desafio de usar vários equipamentos como mapas, GPS, prancheta e câmera para gerar informações e poder realizar a fiscalização da propriedade. Com essa inovação, conseguimos fazer tudo com um único aparelho. É três vezes mais rápido, aponta.
Ainda de acordo com o ele, a média diária das fiscalizações era de 600 hectares de área. Com o uso dos tabletes passou para 1,8 mil hectares ao dia.
INFORMAÇÕES
A tecnologia começou a ser utilizada no final do ano passado e levou um ano para ser desenvolvida. Desde então já foram vistoriadas 90 propriedade, totalizando 53 mil hectares de área percorrida e mapeados.
As informações são colhidas de modo off-line por um funcionário do Idaf por meio do aplicativo instalado no tablet. O app dá acesso ao mapa de referência da área que está sendo fiscalizada e permite gravar a trilha percorrida, navegar, registrar pontos, adicionar fotos e observações.
O sistema que integra o mapa georreferenciado permite ter mais precisão sobre cada área a ser usada pelo produtor, marcando exatamente onde é a Área de Preservação Permanente e de plantio. Ainda é possível exportar o material colhido para o computador gerando uma base de dados.
De acordo com Michel, os dados coletados ficam à disposição do produtor. Entregamos a ele a licença de uso da terra, o laudo da vistoria, o material digital com o mapa da propriedade e o croqui do local onde cada atividade deve ser realizada dentro da propriedade, explica.
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