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Fundo prevê pico da dívida sobre PIB no último ano do governo

Fundo prevê pico da dívida sobre PIB no último ano do governo

As previsões de resultado fiscal do Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgadas nesta quarta-feira (16)

Publicado em 17 de outubro de 2019 às 11:12

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Crescimento do PIB ainda é tímido no ES. (Pixabay)

A dívida bruta do País como porcentagem do Produto Interno Bruto (PIB) deve atingir o ponto mais alto no último ano do governo do presidente Jair Bolsonaro. As previsões de resultado fiscal do Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgadas nesta quarta-feira (16), mostram que até o ano final do mandato do presidente a dívida continuará a crescer, o resultado primário seguirá negativo e a receita ficará praticamente estável. Os últimos números do Monitor Fiscal do FMI mostram que a dívida bruta do Brasil deve ficar mais alta em 2019 e 2020, na comparação com as estimativas divulgadas pelo Fundo em abril.

Para este ano, a instituição estima dívida bruta equivalente a 91,6% do PIB - ante previsão de 90,4% feita há seis meses. Em 2020, a dívida deve subir para 93,9%. O pico será atingido em 2022, chegando a 95,3% do PIB e, a partir do ano seguinte, começará a cair. Para 2024, a previsão do FMI é que fique em 94,9% do PIB.

A promessa de campanha eleitoral de Bolsonaro, reforçada inicialmente pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, como uma medida "factível", de zerar o déficit das contas públicas no primeiro ano de governo está distante das projeções do FMI. O resultado primário do País só sairá do negativo, segundo as novas projeções do banco, em 2022 - para um resultado igual a zero do PIB. A perspectiva está em linha com as últimas análises de mercado.

O déficit, aliás, deve ser maior em 2019 e 2020 do que o previsto pelo FMI no primeiro semestre deste ano. Em abril, o fundo projetava resultado primário negativo em 1,8% neste ano e também negativo em 1,0% no ano que vem. Agora, as projeções são de -1,9% e 1,4% para 2019 e 2020, respectivamente.

"A reforma da Previdência está no caminho para ser aprovada. Se você olhar para a qualidade das finanças públicas no Brasil, isso será uma contribuição importante", afirmou Victor Gaspar, diretor de Assuntos Fiscais do FMI.

"É PRECISO MAIS"

Entre os números do Fundo de abril e de outubro, o governo conseguiu avançar na tramitação da reforma no Congresso. Mas o FMI tem dado sinais de que será preciso ir além e que a mudança no sistema previdenciário é só uma parte da solução para o nível de endividamento brasileiro. Na terça-feira, a economista-chefe do Fundo, Gita Gopinath, afirmou: "É preciso fazer mais, porque os níveis da dívida são muito altos".

Guedes, que era esperado para a reunião anual do Fundo que começou esta semana, não viajará a Washington para representar o Brasil. Com o argumento de que precisa ficar no País para focar sua atenção em assuntos internos, mudou os planos de última hora. Quem representará a delegação brasileira é o secretário de Comércio Exterior, Marcos Troyjo.

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As previsões de gastos do governo ficam praticamente empatadas com o último relatório do FMI e, pelos números atuais, devem passar de 38,3% em 2019 para 37,7% em 2020, chegando a 36,4% em 2024, todos em porcentagem sobre o PIB nacional. A receita estimada do governo foi ligeiramente reduzida na comparação com os números anteriores e deve oscilar entre 30,8% e 30,6% nos próximos quatro anos.

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