Bolsonaro x Congresso Nacional
O Congresso inseriu na lei do Orçamento da União a obrigatoriedade de pagamento de R$ 30 bilhões em emendas parlamentares, dando um pazo de 90 dias para os ministérios liberarem os recursos.
Os ministros de Bolsonaro reclamaram da determinação, alegando que isto tirava do Executivo o controle sobre os recursos. Bolsonaro vetou o dispositivo.
Como o Congresso pode derrubar o veto e retomar a obrigatoriedade das emendas, o que acabaria aumentando a rigidez fiscal, Executivo e Legislativo tentam costurar um acordo.
A situação se agravou no dia 18 de fevereiro, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, foi flagrado acusando os congressistas de tentarem "chantagear" o governo.
Heleno disse que sua fala não refletia a posição do governo. Os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), classificaram a declaração como "infeliz" e um "ataque" à democracia e à independência dos Poderes.
Durante o carnaval, o próprio Bolsonaro elevou a tensão. O presidente enviou, por seu WhatsApp, um vídeo em que convoca a militância para um protesto. O ato é contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF).
Bolsonaro não negou ter enviado o vídeo, e disse que se tratava de assunto de "cunho pessoal". Ministros do STF e parlamentares criticaram a conduta do presidente. Rodrigo Maia falou em "tensão institucional".
Enquanto a equipe econômica e parlamentares ainda negociam um acordo sobre a fatia das emendas que terá necessariamente de ser paga, a manifestação anti-Congresso compartilhada por Bolsonaro, do dia 15 de março, cresceu nas redes sociais.
Líderes na Câmara dos Deputados articulam resposta a vídeo; o governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), afirmou que a resposta jurídica é o impeachment; grupos oposicionistas começaram a convocar manifestações com o tema "Ditadura nunca mais" para o dia 18 de março.
Entenda todos os detalhes deste conflito na reportagem.