Nos últimos anos, produtores rurais de Atílio Vivacqua, Sul do Estado, têm encontrado problemas em suas áreas de produção: a degradação ambiental. A terra que antes era fértil e produzia bastante, passou a perder força, o verde deu lugar a uma área seca e sem vida. Situação que o produtor rural, Edson Moulon, não quer continuar vivendo.
A gente passou por um processo de seca muito grande em anos anteriores. Antes chegava aqui na propriedade e encontrava o pasto degradado. Além disso, toda a água da chuva não ficava, descia o morro direto, ia para o rio e a gente perdia, contou Edson. Mas,há dois meses, entrou em um projeto para mudar essa realidade.
O projeto que participa é o barraginhas, desenvolvido pela prefeitura de Atílio Vivacqua em parceria com o governo do Estado do Espírito Santo. Ele faz parte de um pacote de ações que a cidade realiza desde 2018, depois do município passar quatro anos vivenciando um processo de degradação.
A gente ouvia muito falar sobre barraginhas, então, decidimos ir atrás para trazer essa tecnologia para a cidade. Durante uma capacitação, em Vitória, conhecemos o professor Luciano Cordoval, da Embrapa, que nos convidou a ir até Minas Gerais conhecer os sistemas, explicou o secretário de Meio Ambiente de Atílio Vivacqua, Márcio Menegussi.
Após a ida até Sete Lagoas(MG), começou o processo de implantação do sistema na cidade no fim de 2019. Os sistemas usados nas propriedades são barraginhas - barragens pequenas construídas na parte da alta da propriedade - e também curva de nível com caixa, sistema pioneiro no Espírito Santo. Os dois sistemas exercem a mesma função, que é reter água no solo.
Degradação
A cidade de Atílio Vivacqua tem um território de 248 km² e desse total, apenas 13% é área de cobertura florestal. Como as árvores têm papel fundamental na retenção e infiltração da água no solo, a pequena área de floresta não dá conta e faz com que haja maior desequilíbrio do solo.
Hoje, mais da metade do território é de área de pastagem e mais da metade dessa área sofre algum tipo de degradação, por isso, estamos atacando esse problema com o projeto, explica o secretário. São cerca de 30 produtores que foram contemplados com o projeto e até o fim do projeto serão 220.
Recuperação
Um dos produtores que recebeu o sistema de curva de nível em suas terras foi o Edson. Ele cultiva café e cria gado de leite, é do trabalho no campo que vem o sustento da família, só que a área de pasto dos animais estava sumindo. Foi então que aceitou fazer parte do projeto e quase dois meses depois, vê resultados.
Já dá pra gente ver a diferença, o capim vem com força! Se Deus quiser o projeto vai dar certo. Tenho outra propriedade que foi feita a curva de nível com caixa e ficou bom, era uma área muito mais degradada, revelou!
Outra propriedade que também recebeu o sistema foi a do senhor Manoel Moreira, 77 anos, que mora na localidade de Independência. Em suas terras, o trabalho realizado foi o de barraginhas, e viu muita mudança.
O nosso pasto estava ruim para os animais, não tinham mais o que comer. Depois da construção mudou muita coisa, o capim permanece verde, e está bem melhor. Eu via os comentários e esperava que desse certo aqui, como deu, porque a água tá ficando no solo contou o produtor que implantou o projeto na propriedade há cerca de quatro meses.
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