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Cooperativas capixabas fornecem alimentos para diferentes mercados

Cooperativas capixabas fornecem alimentos para diferentes mercados

Do local para o global, produtos da agropecuária abastecem diferentes municípios do Espírito Santo, outros Estados e também  países da Europa e Ásia

Publicado em 29 de dezembro de 2020 às 17:13

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Mãos dadas; cooperação; cooperativa
Os produtores ganham força ao se juntarem em uma atuação solidária nas cooperativas. (Pixabay-Pexels)

De alimentos para escolas da região a commodities que abastecem países da Europa e Ásia. Do local para o global, esse é o alcance de produtos capixabas feitos por gente da terra que, unida pelo cooperativismo, faz chegar em diferentes municípios, Estados ou países, o fruto do trabalho no ramo agropecuário, em especial da agricultura familiar do Espírito Santo.

A abrangência e a variedade das cooperativas capixabas já são reconhecidas por quem compra e vende produtos de origem agropecuária. Café, leite, queijo, peixe e até a pimenta-do-reino movimentam algumas cooperativas capixabas e suprem a demanda interna e, outras, a nacional e internacional.

No mercado local, os mais diversos setores são atendidos, e os pequenos produtores da agricultura familiar ganham força ao se juntarem em uma atuação solidária. É o caso da Cooperativa de Empreendedores Rurais de Domingos Martins (Coopram). Com a produção de bebidas artesanais, grande variedade de hortifruti, carnes e peixes, os cooperados podem vender seus produtos para diferentes públicos, com destaque para o de alimentação escolar.

Por meio de chamadas e editais, os mais de 200 cooperados abastecem escolas das redes estadual e municipais no Espírito Santo, além de instituições de outros Estados, como unidades do Exército, em Minas Gerais, e uma faculdade de São Paulo. O carro-chefe da Coopram é a piscicultura, atividade forte na região de Domingos Martins. Segundo o presidente Darli Schaefer, são mais de 10 toneladas de peixes vendidos por semana, o equivalente a cerca de quatro toneladas de filé, um dos produtos destinados à alimentação escolar. 

Cooperativa Coopram
A piscicultura é o carro-chefe da Coopram, que fornece peixes para escolas públicas do Estado. (Coopram/Divulgação)

Ainda no âmbito local, também se destacam as gigantes do ramo de laticínios. A Selita, marca capixaba tradicional no segmento, está há 82 anos no mercado atendendo não só à demanda do Espírito Santo, mas também do Sul da Bahia e do Rio de Janeiro. A variedade de itens é uma característica da cooperativa, que produz leite e derivados, tais como queijos, manteiga, iogurte, doce e requeijão.

Para manter o padrão de qualidade e atendimento sempre em alta, o presidente Leonardo Monteiro aponta as ações tomadas na cooperativa. “A Selita trabalha com pesquisas de mercado procurando, nesse contexto, atender os consumidores com produtos que são definidos por eles, e isso nos coloca sempre em evidência no mercado”, ressalta.

Para ampliar a capacidade de produção, a Selita está construindo um novo parque industrial, com uma área de cerca de 30 mil metros quadrados e capacidade de receber até 800 mil litros de leite por dia. Tudo isso para expandir a distribuição e atender às demandas do mercado.

Cooperativa Selita
A Selita está construindo um novo parque industrial e a capacidade de produção diária de leite chegará a 800 mil litros. (Selita/Divulgação)

Também no segmento de laticínios, a Veneza é outra cooperativa de destaque  e uma das mais renomadas marcas do Espírito Santo, atendendo à demanda interna e, ainda, à de outros Estados da região Sudeste e a Bahia. Recentemente incorporada à Coopeavi, uma das maiores cooperativas capixabas, a Veneza mantém o padrão de qualidade nos mais diversos setores, com sua produção de queijos, manteiga, requeijão, doce de leite, num total de 50 itens.

A atuação da cooperativa fortalece a atividade leiteira, prestando todo o apoio e benefícios aos cerca de 700 cooperados produtores de leite, como assistência veterinária, programas de assistência técnica de produção intensiva, insumos de qualidade a preços acessíveis, projeto de recria de bezerras de melhoramento genético, subsídios para plantio e corte de alimento volumoso para vacas, entre outros.

E todo esse suporte resulta na produção. Atualmente, de uma média de 170 mil litros de leite captados por dia, 70 mil litros são usados para leite empacotado, 75% destinados para a produção de queijos e outros 25%, para outros derivados.

Cooperativa Veneza
Linha de produção da Veneza: cooperativa tem 50 itens no portfóliio para atender à diversificada demanda do mercado. (Veneza/Divulgação)

CAFÉS ESPECIAIS E PIMENTA "TIPO EXPORTAÇÃO"

Conhecido por ser um dos maiores produtores de café do Brasil, o Espírito Santo se destaca tanto no mercado interno quanto no externo. Exemplo disso é a Cooperativa dos Cafeicultores do Sul do Estado do Espírito Santo (Cafesul). Formada por 165 cooperados de sete municípios da região Sul do Estado, a cooperativa fornece café em grãos para indústrias de São Paulo e Paraná, e ainda comercializa um produto especial no Espírito Santo.

Segundo o presidente da Cafesul, Renato Theodoro, a própria cooperativa realiza concursos para eleger os melhores cafés e com eles prepara uma edição especial, vendida para supermercados e cafeterias no Sul e Grande Vitória. O “Casario” e o “Póde Mulheres”, este feito exclusivamente por produtoras, são reconhecidos por certificado internacional. Além do prestígio local, as marcas também são reconhecidas nacionalmente.

“A embalagem do Casario foi premiada em 2019 como o melhor design de embalagem de café do Brasil na Semana Internacional do Café (SIC), em Belo Horizonte. A área de marketing da OCB/ES nos ajudou a desenvolver esse design, assim também como o da Póde Mulheres”, valoriza Theodoro. 

Cooperativa Cafesul
Da cooperativa Cafesul, o Póde Mulheres é resultado de uma produção feminina. (Cafesul/Divulgação)

O café capixaba também atende às demandas do exterior. Produzido e colhido no chamado cinturão produtivo de conilon nos Estados do Espírito Santo e Bahia, o grão produzido e comercializado pela Cooperativa Agrária dos Cafeicultores de São Gabriel (Cooabriel) já pode ser visto – e consumido – nos mercados americano e europeu.

A base sólida e regular de produção é fruto da grande capacidade produtiva da Cooabriel. Afinal, são mais de 6 mil famílias cooperadas. Para a cooperativa, “o atendimento técnico junto aos produtores associados promove uma difusão de tecnologias e conhecimentos e representa um incremento de produtividade e qualidade.”

O resultado desse trabalho pode ser representado em números. Em 2019, foram 1,51 milhão de sacas de cafés comercializados, totalizando um faturamento de R$ 637 milhões. Para manter o nível de produção, diversos investimentos são realizados juntos aos cooperados. De acordo com a Cooabriel, estão disponíveis três programas de assistência técnica aos cooperados, com 15 departamentos técnicos.

Cooperativa Cooabriel
A Cooabriel comercializou 1,51 milhão de sacas de café em 2019 e o faturamento chegou a R$ 637 milhões. (Cooabriel/Divulgação)

Outro produto capixaba de sucesso no exterior é a pimenta-do-reino. Produzida, beneficiada e exportada pela Cooperativa dos Produtores Agropecuários da Bacia do Cricaré (Coopbac), no Norte do Espírito Santo, a especiaria é enviada para mais de 25 países em todo o mundo, com concentração na Europa e Ásia.

São mais de 350 cooperados da região de São Mateus, que produzem a abastecem a cooperativa, que conta com sua própria estrutura de beneficiamento, antes de enviá-la para o exterior.  Em 2020, serão mais de 3 mil toneladas exportadas, segundo o presidente da cooperativa, Tomas Silveira.

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“Vendemos insumos, damos assistência, palestras e demais informações para os cooperados. Buscamos o produto na propriedade, fazemos todo o serviço de logística, e vendemos. Como a cooperativa é mais transparente, tem que mostrar os resultados, balancetes, o cooperado tem a segurança de não estar sendo enganado. Como ele é dono também, tem o direito de saber quanto está ganhando, é uma negociação mais transparente”, finaliza Silveira.

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