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Sobe para 60 o número de mortos em incêndios na Grécia

Sobe para 60 o número de mortos em incêndios na Grécia

Corpos carbonizados de 26 pessoas foram encontrados numa mesma casa

Publicado em 24 de julho de 2018 às 13:12

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Incêndio florestal atinge o vilarejo de Neos Voutzas, perto de Atenas, Grécia, nesta terça, 24. Dezenas de pessoas já morreram por causa dos incêndios. Os moradores desta região foram evacuados. (Estadão)

Subiu para 60 o número de mortos nos incêndios que atingiram nesta segunda-feira a costa nordeste da Grécia, disse o prefeito da cidade de Rafina, Evangelos Bournous, à Skai TV. De acordo com o último balanço da Defesa Civil, já são 172 feridos, sendo 11 em estado grave.

Na periferia da capital grega, boa parte das vítimas foi registrada em Mati, um balneário situado a cerca de 40 quilômetros ao leste da capital. Os corpos carbonizados de 26 pessoas foram encontrados nesta terça-feira em uma casa na cidade, costa oriental da região de Ática, anunciou a Cruz Vermelha, elevando para 60 o número de mortos pelos incêndios que castigam a Grécia. Os corpos das vítimas estavam abraçados e carbonizados, segundo profissionais da imprensa no local.

Aparentemente, as pessoas não conseguiram chegar ao mar para se protegerem das chamas, avaliaram os bombeiros. O governo grego declarou estado de emergência na região de Ática.

— Eles tentaram achar uma rota de fuga, mas infelizmente essas pessoas e suas crianças não conseguiram a tempo. Instintivamente, vendo a proximidade do fim, eles se abraçaram — Nikos Economopoulos, chefe da Cruz Vermelha grega.

O fogo também continua muito ativo em Kineta, 50 quilômetros ao oeste de Atenas.

CRIANÇAS FERIDAS

A maioria das vítimas "morreu nas casas, ou nos automóveis", declarou o porta-voz do governo grego, Dimitris Tzanakopoulos. Ele afirmou na noite de segunda-feira (madrugada na Grécia) que ao menos 16 crianças estão entre os feridos. Entre os mortos, disse o porta-voz, está um bebê de 6 meses que não resistiu à intoxicação por fumaça.

O incêndio no povoado de Mati é o pior que já atingiu o país desde as chamas que devastaram a península do Peloponeso em agosto de 2007, deixando dezenas de mortos. O foco é um dos vários que se formou no país em meio a uma sufocante onda de calor.

— Mati já não existe mais como povoado. Vi corpos e carros queimados. Me sinto com sorte por estar viva — disse uma mulher à rede de televisão grega Skai TV.

Mati fica em uma região considerada popular por turistas locais. Idosos e crianças em colônias de férias costumam procurar a pequena cidade.

MAIS DE 600 RESGATES EM PRAIAS

Uma testemunha disse à Reuters que viu pelo menos quatro mortos em uma estrada estreita engarrafada com carros se dirigindo para uma praia próxima. A guarda costeira disse depois que os corpos de mais quatro pessoas foram retirados do mar. No total, a guarda costeira e outras embarcações resgataram 696 pessoas que fugiram para as praias.

Algumas partes de Mati ainda ardiam com fumaça branca nesta terça-feira. Os carros incendiados estavam espalhados do lado de fora de condomínios fechados, onde prédios de três e quatro andares mostravam sinais de danos causados por incêndios.

— Estamos lidando com algo completamente assimétrico — disse o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, depois de uma breve visita à Bósnia. — Faremos tudo que é humanamente possível para controlar (o fogo).

APOIO DA UE

Tsipras decretou três dias de luto. A Grécia fez um apelo urgente por ajuda para combater os incêndios que se descontrolaram em vários lugares do país, destruindo casas e interrompendo as principais conexões de transporte. O governo invocou os acordos de proteção civil da União Europeia.

Chipre e Espanha ofereceram assistência depois que a Grécia afirmou que precisava de recursos aéreos e terrestres de parceiros da União Européia. Um avião militar de transporte deve chegar com 60 bombeiros do Chipre, enquanto outros dois aviões de combate a incêndio deixaram a Espanha. A Turquia também ofereceu aeronaves e helicópteros.

Com o fogo se alastrando, autoridades pediram que moradores da região costeira de Kineta, uma cidade turística a 54 quilômetros de Atenas, deixassem suas casas o mais rápido possível. Autoridades deslocaram bombeiros e equipamento pelo país para lidar com o desastre no local, em uma rota que milhares de motoristas usam diariamente para chegar ao Peloponeso.

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Algumas famílias tentaram apagar as chamas com mangueiras enquanto a polícia ajudava na evacuação de algumas áreas. Com grande extensão no Golfo Sarônico, o incêndio era visível por quilômetros. Uma nuvem grossa de fumaça pairava sobre a colina da Acrópole e o templo do Partenon em Atenas na segunda-feira à tarde.

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