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Rússia: militares vão ficar o tempo que 'for necessário' na Venezuela

Rússia: militares vão ficar o tempo que 'for necessário' na Venezuela

Segundo o governo russo, as tropas que foram enviadas à Venezuela, não irão participar de nenhum tipo de operação militar e não representam uma ameaça à estabilidade na região

Publicado em 28 de março de 2019 às 23:04

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O governo russo disse nesta quinta-feira (28) que as tropas que enviou à Venezuela no último fim de semana vão permanecer no país o tempo que for necessário, mas que elas não irão participar de nenhum tipo de operação militar e não representam uma ameaça à estabilidade na região.

As declarações do Kremlin foram dadas dias depois de o presidente americano, Donald Trump, ter afirmado que Moscou deveria retirar todos os seus militares da Venezuela.

No fim de semana, dois aviões russos pousaram em Caracas com cerca de cem militares, mas só nesta quinta a Rússia admitiu oficialmente ter enviado as tropas.

De acordo com Moscou -que apoia o ditador Nicolás Maduro-, os militares enviados são especialistas e estão no país para participar de um acordo de cooperação assinado com Caracas.

"Eles estão trabalhando na implementação dos acordos assinados no campo da cooperação técnica e militar. Quanto tempo levará? Enquanto for necessário para o governo venezuelano", declarou a jornalistas a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova.

"A Rússia não infringiu nada, nem os acordos internacionais nem o Direito venezuelano. Ela não muda o equilíbrio de forças na região e não ameaça ninguém, diferentemente de Washington", disse.

A porta-voz classificou as críticas de autoridades americanas esta semana de "tentativa arrogante de ditar para Estados soberanos como têm de se relacionar entre eles". "Nem Rússia nem Venezuela são províncias dos Estados Unidos."

O porta-voz do presidente Vladimir Putin, Dmitry Peskov, reforçou as críticas. Para ele, Washington não deveria interferir na relação entre Moscou e Caracas.

"Não acreditamos que países terceiros devam se preocupar com nossas relações bilaterais", disse. "Não estamos interferindo nos assuntos internos da Venezuela, e esperamos que outros países sigam nosso exemplo e permitam que os venezuelanos decidam seu futuro por conta própria."

Ao lado da China, a Rússia é um dos principais apoiadores de Maduro. O ditador atualmente trava uma disputa interna com o líder opositor Juan Guaidó, que foi reconhecido por mais de 50 países -entre eles os EUA- como presidente interino da Venezuela.

Tanto Maduro quanto Guaidó receberam nesta quarta um pedido da ONU para permitirem a entrada de ajuda humanitária no país, informou o jornal The New York Times.

Em fevereiro, Guaidó anunciou que carregamentos de ajuda iriam tentar entrar na Venezuela pelas fronteiras com a Colômbia e com o Brasil, mas o regime Maduro fechou a divisa e impediu a entrada da carga.

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O país vive uma crise de abastecimento, na qual faltam alimentos e remédios, além de ter sofrido dois apagões em menos de um mês.

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