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Padre ortodoxo é ferido em Lyon; governo francês divulga alerta

Padre ortodoxo é ferido em Lyon; governo francês divulga alerta

O governo, que havia aumentado o alerta antiterrorismo, divulgou um comunicado de "evento grave de segurança", mas não informou detalhes da ação

Publicado em 31 de outubro de 2020 às 15:41

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Emmanuel Macron, presidente da França
Emmanuel Macron, presidente da França. (Reprodução/Twitter)

Um padre ortodoxo grego foi ferido a tiros quando fechava sua igreja, na cidade francesa de Lyon, por volta das 16h (horário local, 12h no Brasil), segundo a polícia local. O crime ocorre dois dias após um atentado terrorista que deixou três mortos, entre os quais uma brasileira, na Basílica de Notre-Dame, em Nice.

O governo francês, que havia aumentado o alerta antiterrorismo, divulgou um comunicado de "evento grave de segurança", mas não há informações sobre a motivação do ataque deste sábado (31).

Segundo jornalistas que cobrem o caso em Lyon, terceira maior cidade da França, o agressor estava sozinho, deu dois tiros com uma espingarda de cano serrado e fugiu. O padre foi levado ao hospital. De acordo com a imprensa local, ele foi atingido no abdômen, estava consciente ao ser socorrido, mas seu estado é grave.

O atirador foi descrito à emissora Franceinfo como "um indivíduo do tipo mediterrâneo, com cerca de 1,90, vestido com uma longa gabardina preta e usando um boné preto". O padre afirmou que não o conhecia, segundo a imprensa regional.

Se a agressão tiver motivos religiosos, será a quarta desse tipo na França em menos de dois meses. No ataque a faca na igreja de Nice, o agressor, um tunisiano de 21 anos recém-chegado à França, gritava "Alá é o maior" durante o atentado, segundo a polícia.

As outras duas ações estavam relacionadas a caricaturas de Maomé publicadas pelo jornal satírico Charlie Hebdo, alvo de ataques terroristas em 2011, 2013 e 2015, quando 12 pessoas foram mortas.

Em setembro, depois da retomada de um julgamento sobre o atentado de 2015, dois jornalistas foram feridos a faca perto da antiga sede da publicação, em Paris. Há duas semanas, um professor foi decapitado após mostrar caricaturas de Maomé numa aula sobre liberdade de expressão.

Após o ataque de Nice, o presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou o aumento de 3.000 para 7.000 soldados na Operação Sentinela, a fim de proteger locais de culto e escolas.

Em entrevista ao canal de TV árabe Al-Jazeera divulgada neste sábado (31), o líder francês afirmou que entende que os desenhos possam chocar muçulmanos religiosos, mas que a violência não é justificável.

Macron afirmou também que é sua obrigação defender o direito de expressão na França, mas que suas declarações contra o que chamou de "separatismo islâmico" –a radicalização de jovens muçulmanos– foram distorcidas e usadas politicamente para provocar conflitos.

O discurso do presidente defendendo o direito de publicar as charges, ainda que ofendam alguns grupos, provocou protestos em uma dezena de países de maioria muçulmana no Oriente Médio, no sul da Ásia e na África. Neste sábado, a família da ex-bailarina brasileira Simone Barreto Silva, 44, morta no ataque em Nice, promoveu um ato pela paz na cidade francesa.

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