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OMC: tarifa sobre aço pode causar 'recessão profunda'

OMC: tarifa sobre aço pode causar "recessão profunda"

Roberto Azevêdo diz que Estados-membros devem impedir guerra comercial

Publicado em 5 de março de 2018 às 18:04

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Os Estados-membros da Organização Mundial do Comércio (OMC) devem impedir "a queda dos primeiros dominós" em uma guerra comercial, disse o diretor-geral da OMC a negociadores em Genebra nesta segunda-feira, de acordo com uma cópia de seu comunicado divulgado dias após o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciar plano para impor tarifas sobre as importações de aço e alumínio dos EUA.

"À luz dos recentes anúncios sobre medidas de política comercial, é claro que agora vemos um risco muito maior e real de desencadear uma escalada de barreiras comerciais em todo o mundo", disse Roberto Azevêdo.

O diretor da OMC ainda avisa para uma futura "recessão profunda" caso Trump não volte atrás na medida que impõe uma tarifa de 25% sobre o aço e 10% sobre o alumínio importados.

"Nós não podemos ignorar esse risco e exorto todas as partes a considerar e refletir sobre esta situação com muito cuidado. Uma vez que começamos este caminho, será muito difícil reverter a direção. O olho por olho nos deixará todos cegos e o mundo em uma profunda recessão", disse Azevêdo.

O anúncio da taxas sobre aço e alumínio importados foi recebido com ameaças rápidas da comunidade internacional, incluindo aliados-chave como a União Européia e o Canadá, que se comprometeram a retaliar se o presidente americano cumprir seu plano.

TAXAÇÃO É RUIM ATÉ PARA OS EUA, DIZ PRESIDENTE DO BC

O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou nesta segunda-feira que a taxação pelos Estados Unidos sobre aço e alumínio importados seria uma medida negativa de maneira geral, afetando inclusive os próprios norte-americanos.

"Não há um cálculo específico, mas se sabe que é prejudicial não só ao Brasil, mas ao mundo todo. Uma guerra tarifária, protecionismo no mundo todo. Comércio no mundo diminuindo vai ter impacto em todo o mundo, isso afeta o Brasil no final das contas. Acho que é ruim inclusive para os Estados Unidos", afirmou Ilan em entrevista à rádio CBN. "O que acontece é que vai ter preços mais caros, tudo vai ter uma tarifa a mais", acrescentou.

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O presidente do BC avaliou, por outro lado, que os EUA podem desistir da investida diante da forte reação negativa e da ameaça de retaliação por outras nações.

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