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Justiça alemã absolve ex-militar acusado de atentado racista em 2000

Justiça alemã absolve ex-militar acusado de atentado racista em 2000

Uma das vítimas, de nacionalidade ucraniana, grávida de cinco meses, perdeu o bebê

Publicado em 31 de julho de 2018 às 11:26

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Tribunal de Dusseldorf. (Reprodução/Pixabay)

O único suspeito de um atentado racista cometido com uma bomba na Alemanha em 27 de julho del 2000, julgado 18 anos depois dos fatos, foi absolvido, anunciou nesta terça-feira o tribunal de Dusseldorf.

Ralf Spies, de 52 anos, era acusado de ter cometido o atentado contra pessoas procedentes de países da ex-União Soviética que deixou 10 feridos, incluindo seis judeus.

Uma das vítimas, de nacionalidade ucraniana, grávida de cinco meses, perdeu o bebê que esperava. O marido dela ficou gravemente ferido. Segundo um relato obtido pela polícia, o acusado descreveu a morte do bebê na barriga da mãe como uma "eutanásia bem-sucedida".

Spies, um ex-militar que sempre negou ter cometido o atentado na estação de trem Wehrhahn, corria o risco de uma condenação à prisão perpétua por 12 tentativas de homicídio. Ele foi preso em fevereiro de 2017.

O julgamento vinha ocorrendo desde janeiro. Em maio, ele foi liberado pelo tribunal, que considerou que as provas contra Spies eram insuficientes. Ouvido logo após o ataque, o suspeito já havia sido libertado por falta de provas. A investigação havia parado por muitos anos, apesar de quase mil interrogatórios.

O ataque abalou a Alemanha e desencadeou 55 anos após a queda do Terceiro Reich um acalorado debate sobre a violência da extrema-direita que o país enfrenta com regularidade.

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Enfrentando uma absolvição iminente, as partes civis expressaram sua incompreensão antes do veredicto. O advogado Juri Rogner afirmou que este seria "o pior erro na história judicial de Dusseldorf".

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