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Gêmeos astronautas ainda são geneticamente idênticos

Gêmeos astronautas ainda são geneticamente idênticos

Nasa esclarece estudo depois de relatos que mal interpretaram informação de alterações na atividade dos genes de irmão que passou um ano no espaço

Publicado em 16 de março de 2018 às 21:28

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Os gêmeos astronautas Mark (esquerda) e Scott Kelly (direita): missão de longa duração no espaço ainda afetava funcionamento dos genes de Scott seis meses depois de sua volta à Terra, mas não alterou seu DNA em si . (obert Markowitz /Nasa/Centro Espacial Johnson)

Os gêmeos astronautas Scott e Mark Kelly ainda são geneticamente idênticos. A afirmação é de novo comunicado da Nasa divulgado esta semana após diversos relatos que mal interpretaram resultados de estudo que avaliou os efeitos no organismo de Scott de sua estada de um ano na Estação Espacial Internacional (ISS). A agência espacial americana esclareceu que as alterações identificadas foram apenas na atividade de alguns genes de Scott, e não em seu DNA.

Divulgado no fim de janeiro, o estudo mostrou que seis meses após a volta de Scott à Terra 93% de seus genes também voltaram a ter expressão (atividade) similar à que tinham antes dele ir para o espaço, com os 7% restantes ainda apresentando alterações no seu funcionamento. Segundo a Nasa, estas mudanças na expressão genética são consideradas "mínimas", do mesmo tipo das observadas em pessoas que enfrentam outras situações de grande estresse físico, como escaladas de alta montanha ou mergulho autônomo em grandes profundidades.

Estas alterações na atividade de genes são chamadas de epigenéticas justamente por não afetarem o DNA em si, mas os passos seguintes da bioquímica celular, isto é, o "uso" que é dado a eles pelas células. Elas são associadas a fatores ambientais e sistêmicos, que no caso dos voos espaciais incluem privação de oxigênio, aumentos nos níveis de inflamação e alterações no consumo, metabolismo e destinação de nutrientes, entre outros.

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Os relatos equivocados, no entanto, informavam que o ano no espaço tinha alterado 7% do código genético de Scott. Se isso tivesse acontecido de fato, porém, o astronauta não só seria radicalmente diferente de seu irmão gêmeo como provavelmente até um organismo não mais humano, e isso se conseguisse sobreviver por algum tempo. Isto porque a variação genética, isto é, a diferença no DNA, entre dois seres humanos quaisquer é de apenas 0,1%.

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