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EUA podem interrogar espiões russos se Moscou puder interrogá-los

EUA podem interrogar espiões russos se Moscou puder interrogá-los

Presidente russo diz que acordo assinado por países em 1999 para cooperarem em casos criminais segue em vigor e será cumprido se procurador especial ouvir suspeitos

Publicado em 16 de julho de 2018 às 17:36

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Donald Trump e Vladimir Putin. (Divulgação)

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, ofereceu nesta segunda-feira, 16, a ajuda de seu país para a investigação nos EUA sobre a suposta interferência do Kremlin na eleição americana de 2016, incluindo a possibilidade de que os americanos interroguem espiões russos, desde que Moscou possa fazer o mesmo com agentes de Washington.

"Temos um acordo entre EUA e Rússia que data de 1999 sobre a ajuda nos casos criminais e este acordo segue em vigência. Neste marco, (o procurador especial Robert Mueller) pode enviar uma solicitação para realizar o interrogatório de pessoas que são suspeitas", disse Putin em entrevista conjunta com o presidente americano, Donald Trump.

Putin também elogiou a cooperação que existe entre os serviços secretos russos e americanos, principalmente no terreno dos crimes cibernéticos.

Em resposta, o republicano qualificou a oferta feita por Putin de "incrível" e disse ter comentado sobre a suposta ingerência russa na eleição, ao que o presidente russo foi enfático.

"Eu tive que repetir o que já disse muitas vezes: o governo russo nunca interferiu e não pretende interferir nos assuntos internos dos Estados Unidos, inclusive no processo eleitoral" declarou Putin.

COOPERAÇÃO

Em suas falas, os dois líderes qualificaram a reunião bilateral realizada momentos antes em Helsinque, na Finlândia, de um diálogo direto, aberto e bem-sucedido.

"Acabei de concluir uma reunião com o presidente Putin sobre uma série de questões críticas para os nossos dois países, e tivemos um diálogo direto, aberto e muito produtivo", disse Trump.

Já Putin disse que a reunião foi "muito útil" para os dois países. "As conversações transcorreram em uma atmosfera franca e de trabalho. Eu as considero bem sucedidas e muito úteis", afirmou o presidente russo.

Para Trump, a cúpula de Helsinque foi apenas um começo para as novas relações bilaterais. "É do interesses dos nossos países que continuemos com nossa conversa, e concordamos em fazer isso. Tenho certeza de que nos reuniremos de novo e vamos nos encontrar de novo no futuro. E esperamos resolver cada um dos problemas que discutimos hoje", completou.

"Se vamos resolver muitos dos problemas que o nosso mundo enfrenta, precisamos encontrar formas de cooperar", completou o presidente americano. "(Neste sentido) demos os primeiros passos em direção a um futuro brilhando, com base na cooperação e na paz."

Putin também destacou que não existem razões objetivas para uma relação de tensão entre os países. "É óbvio para todo o mundo que as relações bilaterais atravessam um período difícil. No entanto, não há razões objetivas para estas dificuldades e o atual clima de tensão", afirmou.

NOVOS RUMOS

Trump afirmou ainda que a relação de seu país com a Rússia "já mudou" graças à sua reunião com Putin e assegurou que foram dados os "primeiros passos" dentro de um "longo processo" para melhorar as relações bilaterais.

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"Nossa relação nunca foi pior do que agora, mas isso já mudou nas últimas quatro horas. Eu realmente acredito nisso", disse Trump em entrevista ao lado de Putin após a primeira reunião formal entre os dois, em Helsinque, na Finlândia. / EFE, AFP, REUTERS, AP

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