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Em meio a ataques, Trump dissolve comissão que investiga fraude eleitoral

Em meio a ataques, Trump dissolve comissão que investiga fraude eleitoral

Casa Branca indica que estados americanos se recusaram a entregar dados pessoais de eleitores

Publicado em 4 de janeiro de 2018 às 14:06

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Donald Trump, presidente dos Estados Unidos. (Reprodução / Agência Estado)

O presidente americano Donald Trump anunciou que vai desfazer a controversa comissão de fraude eleitoral, em meio a troca de ataques e processos que envolvem ex-integrantes da Casa Branca que trabalharam na campanha presidencial do republicano. O chefe de Estado estabeleceu a comissão destinada a investigar o processo eleitoral de 2016 após alegar reiteradamente e sem evidências que uma suposta fraude nas eleições lhe custou a vitória pelo popular. Na época, Trump venceu a adversária Hillary Clinton pelo sistema de colégios eleitorais.

A Casa Branca justificou a decisão de acabar com a Comissão Assessora Presidencial sobre Integridade Eleitoral pela falta de cooperação de mais de 12 estados americanos que se recusaram a entregar dados pessoais de eleitores, incluindo nomes, dados de benefícios sociais, histórico eleitoral e afiliações políticas.

"Em vez de se envolver em batalhas legais intermináveis às custas dos contribuintes, hoje o presidente Donald J. Trump assinou uma ordem executiva para dissolver a Comissão, e pediu ao Departamento de Segurança Nacional que revise suas descobertas inciais e determine quais serão os próximos caminhos a tomar", explicou a porta-voz do presidente, Sarah Huckabee Sanders, em comunicado.

Desde o fim da eleição, Trump afirmou repetidas vezes, sem apresentar provas, que entre 3 milhões e 5 milhões de pessoas emitiram votos ilegais no pleito de 2016, o que concedeu a vitória no voto popular à rival Hillary Clinton. Ela conquistou 2,8 milhões de votos a mais que o republicano a nível nacional.

CRÍTICOS: GRUPO ERA UMA DISTRAÇÃO

Críticos de Trump consideravam a comissão como parte de uma tentativa para tirar o foco das investigações em curso sobre uma suposta interferência da Rússia nas eleições e um possível conluio entre Moscou e assessores da campanha de Trump. Os serviços de inteligência americanos chegaram à conclusão de que o governo russo montou uma campanha para apoiar Trump a ganhar, com uso de hackers em contas de e-mails e a difusão de notícias falsas.

Kris Kobach, secretário do estado de Kansas e vice-presidente da comissão, considerou a dissolução da comissão uma "mudança estratégica", e defendeu que o Departamento de Segurança Nacional pode realizar uma pesquisa sobre a fraude eleitoral com maior rapidez e eficiência.

A decisão de Trump veio no mesmo dia em que o presidente americano rompeu publicamente qualquer relação com o ex-estrategista-chefe da Casa Branca, Steve Bannon, a quem acusou de “perder o juízo”. O motivo para a ruptura está na revelação de que Bannon classificou uma reunião com uma advogada russa — na qual nomes ligados à campanha presidencial de Trump, entre eles seu filho, Donald Trump Jr. e seu genro, Jared Kushner, buscaram informações comprometedoras contra sua então adversária, Hillary Clinton — como “uma traição” e “um ato antipatriótico”.

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Além disso, na quarta-feira, o antecessor de Bannon no comando da campanha presidencial, Paul Manafort, detido pelo FBI em outubro por acusações que incluem conspiração contra a pátria e lavagem de dinheiro, abriu processo contra o promotor especial Robert Mueller, designado para investigar a possível interferência da Rússia nas eleições, e o Departamento de Justiça por considerar que a equipe que investiga possíveis conluios com a Rússia na campanha excedeu suas funções.

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