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Agência da ONU para palestinos pede doações após corte de verba dos EUA

Agência da ONU para palestinos pede doações após corte de verba dos EUA

Decisão americana traz incerteza ao futuro de escolas e alimentação de refugiados em Gaza

Publicado em 17 de janeiro de 2018 às 15:59

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ONU. (Reprodução)

O chefe da agência da Organização das Nações Unidas que fornece auxílio para refugiados palestinos pediu nesta quarta-feira doações internacionais, após os Estados Unidos retirarem cerca de metade do financiamento planejado para a organização. Washington informou na terça-feira que irá fornecer US$ 60 milhões à Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos (UNRWA), mas vai reter outros US$ 65 milhões por enquanto. O Departamento de Estado norte-americano informou que a UNRWA precisa fazer reformas não especificadas.

O comissário-geral da UNRWA, Pierre Kraehenbuehl, disse que irá apelar para outros países doadores por dinheiro e realizar uma "campanha global de financiamento" com objetivo de manter abertas as escolas e clínicas da agência para refugiados durante 2018 e além.

"Está em jogo a dignidade e segurança humana de milhões de refugiados palestinos, em necessidade de assistência alimentar emergencial e outros auxílios na Jordânia, Líbano, Síria e na Cisjordânia e Faixa de Gaza", disse em comunicado. "A contribuição reduzida também tem impacto na segurança regional numa época em que o Oriente Médio enfrenta vários riscos e ameaças, notavelmente da radicalização futura".

Palestinos, já irritados com a decisão do presidente norte-americano, Donald Trump, de reconhecer em 6 de dezembro Jerusalém como capital de Israel, denunciaram a decisão, que pode aprofundar dificuldades na Faixa de Gaza, onde a UNRWA ajuda grande parte da população de 2 milhões de pessoas.

'VIVO DE AJUDA'

Kraehenbuehl disse que 525 mil meninos e meninas em 700 escolas da UNRWA podem ser afetados pelo corte de financiamento, assim como acesso palestino a cuidados de saúde primários, mas prometeu manter instalações abertas durante 2018 e além.

Mais da metade das pessoas em Gaza, onde a taxa de desemprego é de 46%, dependem do apoio da ONU. Em um dos centro de distribuição da agência em Gaza, palestinos carregavam sacos de farinha, açúcar e arroz, além de comida enlataada em burros de carga.

— Eu vivo de ajuda alimentar — afirma Bassam Inshasi, pai de sete crianças. — A situação já é difícil e ficará ainda mais.

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A agências de apoio da ONU foi estabelecida pela Assembleia Geral em 1949, após centenas de milhares de palestinos fugirem ou serem expulsos de seus lares na guerra de 1948 que se deu após a criação de Israel.

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