O acidente com uma carreta e um carro, que matou uma família na BR 101, em Chapada Grande, na Serra, completou três meses nesta terça-feira (10). Os familiares das vítimas continuam aguardando respostas. Isso porque, dois dias após a tragédia, foi pedida a prisão do motorista e do proprietário da carreta, mas o dono do veículo segue sem se apresentar à polícia.
A gente quer justiça. Ele tem que arcar com o acontecimento, porque se a gente deixar isso pra lá e não lutar, vai acontecer novamente. Queremos que isso não aconteça mais, desabafou Flávia Martins, irmã de uma das vítimas.
FAMÍLIA VOLTAVA DE FÉRIAS
A família vítima do acidente estava voltando de uma viagem de férias no Nordeste do país. Ozineto Francisco Rodrigues, de 38 anos, Danielli Martins, de 34 anos, e o filho mais novo, Lucca, de um ano e quatro meses, morreram na hora. O outro filho, Gabriel, de 11 anos, foi socorrido com vida, mas não resistiu, e teve morte cerebral oito dias depois do acidente.
Flávia conta que, após a perda dos familiares, eles tentam retomar a rotina, mas não é fácil. A gente está indo Mas não tem muita graça mais, não. Fiz aniversário dia 24 deste mês e foi um dia comum. Pra falar verdade, quando acordei nem parecia que era meu aniversário. Gabriel faria aniversário no dia 26 e no início do ano, minha irmã (Danielli) tinha falado pra gente comemorar junto, mas, infelizmente, aconteceu o que aconteceu.
O advogado da família, Enock Sampaio, explicou que está acompanhando o caso junto à Justiça para adotar possíveis medidas, mas que não tem nenhum processo em andamento.
PRISÃO DO MOTORISTA
O motorista da carreta, Rodrigo Girard, foi preso no dia 12 de junho quando se apresentou à polícia. A carreta conduzida por ele transportava uma pedra de granito, mas não tinha autorização para o transporte e estava com excesso de velocidade. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o veículo até estava adaptado, mas não regularizado junto ao Detran-ES.
Já o Emmanuel Bersacola de Assis Costa, que é o dono da empresa, proprietária da carreta, ainda não foi preso. A esposa dele, que também é sócia da empresa, já prestou esclarecimentos. A empresa está funcionando normalmente.
A defesa chegou a solicitar o pedido de liberdade provisória, que foi negada no dia 22 de agosto. A Polícia Civil informou que o inquérito e o laudo foram remetidos ao Ministério Público no fim do mês de julho. Além do pedido de prisão preventiva, Rodrigo e Emmanuel respondem a uma Ação Penal do Ministério Público Estadual.
O QUE DIZ A DEFESA DO DONO DA CARRETA
O advogado de Emmanuel, Fernando Nascimento Filho, disse que seu cliente jamais pensou em fugir e está, desde sempre, colaborando e apresentando documentações, por meio do advogado, e que se encontra em trâmite o pedido de habeas corpus no Tribunal de Justiça do Espírito Santo.
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