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Veja o que estão fazendo os derrotados na disputa pelo Palácio Anchieta

Veja o que estão fazendo os derrotados na disputa pelo Palácio Anchieta

Se 2018 ficou para trás, 2020 é logo ali e eles têm planos eleitorais

Publicado em 26 de agosto de 2019 às 09:31

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Palácio Anchieta, sede do governo do Estado. (Marcelo Prest)

Cerca de dez meses após as eleições de 2018 e a pouco mais de um ano para as de 2020, os candidatos que tentaram, sem sucesso, comandar o Palácio Anchieta têm novos planos.

O ex-deputado federal Carlos Manato, presidente estadual do PSL, já passou por algumas reviravoltas. Inicialmente abrigado na Casa Civil do governo Bolsonaro como secretário especial para a Câmara Federal, ele já não ocupa mais o posto. Disse que recebeu convite para atuar no MEC, mas ainda não foi para lá.

Segundo colocado na corrida pelo governo do Estado – com 525.973 votos ou 27,2% –, Manato pode disputar a Prefeitura de Vitória no ano que vem. Mas o martelo ainda não foi batido. “O partido, nacional, está pressionando para eu ser candidato em Vitória. Mas não é meu foco. Estou tentando arrumar uma via que não seja eu. Pode ser o Torino (Marques, deputado estadual), convidamos o (Lorenzo) Pazolini. E se o Amaro (Neto, do PRB), disputar, podemos indicar o vice, temos que conversar”, conta.

Enquanto esse dia não chega, ele segue à frente das articulações do partido no Estado e também do conselho deliberativo do Sebrae-ES. E tem um novo horizonte à frente. O ex-deputado vai inaugurar, em breve, uma corretora de imóveis.

Ele também poderia atuar em um cargo comissionado na Assembleia Legislativa. Mas diz que não o fará: “Não vou para lá, não quero. Eu teria que ser nomeado, receber da Assembleia”.

Em retrospectiva recente sobre a passagem pela Casa Civil e o titular da pasta, Onyx Lorenzoni (DEM), Manato reserva poucas palavras: “Não foi uma experiência boa. Tenho uma relação maravilhosa com o governo Bolsonaro. Mas com ele (Onyx) não quero relação, não”.

Em terceiro lugar no pleito passado apareceu Jackeline Rocha (PT). Então estreante nas urnas, ela alcançou 142.654 votos (7,3%). Com domicílio eleitoral ainda em Colatina e morando na Serra, ela diz que pode disputar a eleição do ano que vem em algum município da Grande Vitória. “Estou à disposição do meu partido. Quero me preparar, me qualificar ainda mais. Política não é só projeto individual”, pontua.

Mas Jackeline já está envolvida em outra disputa: a que vai definir o sucessor, ou sucessora, de João Coser no comando do PT do Espírito Santo. Além dela, que conta com o apoio de Coser, o deputado federal Helder Salomão também é candidato.

Ela também cursa faculdade de Administração e, profissionalmente, organiza eventos.

Em quarto lugar na eleição do ano passado – 105.754 votos (5,47%) –, Rose de Freitas (Podemos) tem mandato no Senado até o final de janeiro de 2023. A tentativa de se eleger governadora em 2018 – seria a primeira mulher a realizar tal feito – pode ser analisada como talvez sua última chance. Rose já tem 70 anos de idade e uma longa carreira na política.

Sobre o pleito do ano que vem, ela adianta que não vai disputar: “Vou ser apenas um cabo eleitoral. Quero apoiar as melhores candidaturas e continuar brigando pelo Estado”.

Já quanto a 2022, não crava nada. “A eleição municipal está na antessala. Mas não me peça nada sobre o futuro que nem para o Brasil a gente sabe como será o dia de amanhã”, ressalta a senadora.

Em quinto lugar na disputa pelo Palácio Anchieta ficou Aridelmo Teixeira, então filiado ao PTB. Hoje ele está no Novo.

Sócio da faculdade Fucape, ele conta que segue orientando alunos e envolvido em um projeto de formação de lideranças e ações político-sociais, o InspiraES, que é ligado à Fundação Fucape. Questionado se o projeto é uma espécie de Renova BR – movimento do qual saíram os deputados federais Felipe Rigoni (PSB) e Tabata Amaral (PDT-SP), ele responde: “Sem falsa modéstia, é muito melhor”.

Aridelmo diz que está à disposição para concorrer à Prefeitura de Vitória no ano que vem. Mas a decisão cabe ao partido. “O Novo tem processo interno. Passei para a terceira etapa, tem até prova escrita para fazer. O processo diz se tem qualificação para ser candidato. Depois tem a convenção. Em sendo escolhido, disputarei a eleição”, afirma.

André Moreira (PSOL) também se coloca à disposição, mas depende do partido. Advogado, ele segue trabalhando normalmente. Ele avalia que o fim das coligações proporcionais – as alianças eleitorais formais entre os partidos – será positivo para a sigla, mas destaca: “A gente prefere não ser eleito, mas levar à população nosso programa político”. 

 

Carlos Manato (PSL). (Carlos Alberto Silva)

Carlos Manato (PSL), ex-deputado federal: "Sou presidente do PSL no Estado e presidente do conselho deliberativo do Sebrae (no Espírito Santo). Estou trabalhando como médico do Estado no Núcleo de Assessoramento Técnico, NAT, em Vitória. Devo me aposentar este mês. Entrei com pedido em 18 de junho e a previsão é que saia agora. Vou ficar nessa função até me aposentar. Só saio de Vitória de novo quando me aposentar. Tenho convites para voltar para Brasília. Para a Assembleia (Legislativa) teve convite, mas não vou, não quero. Eu teria que ser nomeado, receber da Assembleia, não acho justo. Vou trabalhar na minha empresa, uma corretora de imóveis. Estou reformando e vou inaugurá-la agora. Sobre o ano que vem, o partido nacional está pressionando para eu ser candidato. Mas não é meu foco. Estou tentando arrumar uma via que não seja eu. Pode ser o Torino, convidamos o Pazolini. Se o Amaro disputar, podemos indicar o vice, temos que conversar, ele é parceiro nosso.

Jackeline Rocha (PT). (Carlos Alberto Silva)

Jackeline Rocha (PT), microempreendedora: "Espero que esse capital de votos (das eleições de 2018) possa ajudar o PT a ser recolocado na cena política com protagonismo maior, uma vez que temos eleições em 2020. O objetivo é fortalecer as candidaturas, incentivar participação das mulheres, negros e negras. Que a juventude queira se envolver na política. Independentemente do rumo que o PT vai tomar, que as pessoas vejam que é necessária uma oxigenação. Tenho apoio (na disputa pela presidência do PT estadual) de algumas correntes. Estou no meu segundo mandato como integrante do diretório nacional. Faço parte do mesmo grupo interno que Haddad, Lula, Gleisi, “Construindo um novo Brasil”. Estou à disposição do partido (para 2020). Quero me preparar, me qualificar ainda mais. Posso ser candidata à Prefeitura de Vitória, mas tem a discussão sobre outros municípios na Grande Vitória também. Meu domicílio eleitoral é em Colatina, mas hoje moro na Serra". 

Rose de Freitas (Podemos). ( Waldemir Barreto/Agência Senado)

Rose de Freitas (Podemos), senadora: Não serei candidata (em 2020) não. Para nós, para o Espírito Santo, tem muita importância o Senado Federal. Tenho também mais convicção de que ter uma mulher no Senado é fundamental. Vou ser apenas um cabo eleitoral. Quero apoiar as melhores candidaturas e continuar brigando pelo Estado. Sobre 2022, não me peça nada sobre o futuro que nem para o Brasil a gente sabe como será o dia de amanhã. Estamos vivendo um momento muito difícil no Brasil. Temos que defender a Amazônia, combater a violência contra a mulher. A eleição municipal está na antessala. Nunca tomei atitude individualmente, política é atitude coletiva. No Senado, tenho atuado como sempre (mesmo em outros governos): o que é importante para o Brasil, o que soma como conquista para a sociedade, estou junto. O que for para prejudicar camadas discriminadas da sociedade, não. O governo está tentando achar o caminho. Mas um presidente da República tem que ter toda a cautela para não gerar insegurança política, econômica e jurídica.

Aridelmo Teixeira (Novo). (Divulgação)

Aridelmo Teixeira (Novo), professor e empresário: "Nunca fui filiado a partido nenhum. Filie-me (ao PTB) às vésperas da eleição do ano passado para fazer um contraponto no debate. Um dos aprendizados meus da eleição é que todo cidadão tem que ter participação política. O Novo tem tudo a ver com isso. Quem mantém o partido são os próprios filiados. Sou pré-candidato à Prefeitura de Vitória, sendo habilitado no processo interno. Continuo orientando meus alunos, dando aulas na pós e no doutorado. Mas tenho me dedicado ao InspiraES, um projeto da Fundação Fucape para organizar pessoas da sociedade". 

André Moreira (Psol). (Ricardo Medeiros)

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André Moreira (Psol), advogado: "Tudo será definido pelo partido, mas tenho intenção de disputar (a Prefeitura de Vitória). É importante para fazer crescer o partido, para alertar os trabalhadores sobre as ameaças de cortes de direitos, do problema ambiental, que em Vitória está muito marcado pelo pó preto. Continuo atuando como advogado. Para quem é candidato profissional não faz diferença, mas para quem trabalha, você sai das suas atribuições (durante a campanha eleitoral). Sou presidente do partido no Estado e consigo organizar meu tempo entre trabalhar e fazer a representação política". 

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