No dia em que completa um mês da intervenção federal no Rio e a violência na cidade repercute no mundo, o presidente Michel Temer não dedicou uma palavra sequer do seu discurso ao assunto ao participar de evento, na tarde desta sexta-feira (16), em Caraguatatuba, no litoral de São Paulo.
Temer participou da entrega simbólica de títulos de regularização fundiária a algumas famílias - no país o governo promete entregar até 100 mil.
Do lado de fora do evento, no Teatro Mário Covas, o presidente era esperado por um pequeno grupo com protestos e vaias. Muitos bradavam o tradicional "Fora Temer", mas também não faltaram gritos de "Marielle presente", em homenagem a memória da vereadora Marielle Franco, do Prol, assassinada no Rio, na quarta-feira.
Um forte esquema de segurança permitiu com que o presidente driblasse os manifestantes: ele entrou e saiu do teatro pela porta de trás e numa comitiva de carros com vidros escuros.
O prefeito de Caraguatatuba, José Pereira Junior, até chegou a dar a deixa para Temer ao dizer que é possível melhorar a situação do Rio. Temer, porém, ignorou o assunto. Ele estava acompanhado do ministro Torquato Jardim, que também saiu sem falar com a imprensa.
Num discurso de 16 minutos, Temer chegou a se atrapalhar com as palavras por algumas vezes. Repetiu, porém, a fala ensaiada de suas últimas visitas a cidades do interior paulista. Enalteceu o que tem chamado de "extraordinárias" realizações de seu governo na economia, com destaque para queda dos juros e da inflação e a tão aguardada geração de 2 milhões de empregos, expectativa que ele diz ter para o mercado de trabalho ainda este ano.
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