No aniversário de 30 anos da Constituição Federal, o presidente Michel Temer (MDB) afirmou nesta quinta-feira (04), em entrevista exclusiva à NBR, que é necessário preservar a democracia e impedir retrocessos. Ele ressaltou que a âncora da democracia é a soberania popular. A autoridade é o povo.
"O que nós precisamos tomar cuidado é para não retroceder, não regredir, não voltar atrás. Nenhum retrocesso é permitido. Acho que temos essa democracia muito solidificada e, claro, comporta eventuais melhorias, mas isso é o tempo que vai dizer, porque 30 anos são quase nada para uma Constituição.
Na entrevista exclusiva à NBR, o presidente lembrou em detalhes o que viveu como deputado federal constituinte em 1988. Também destacou que a democracia brasileira é consistente porque se sustenta na liberdade absoluta e na autonomia entre os poderes, além da soberania popular.
Você veja a liberdade absoluta que as instituições todas têm, disse.
ELEIÇÕES
O presidente aproveitou a entrevista para destacar a importância das eleições e do voto. No dia 7 de outubro, nós vamos ter a manifestação daquele que é dono do poder [o povo], disse.
Não deixe de lutar. Ao dar seu voto, você está dando uma procuração para cuidar da sua grande casa, que é seu país, isso a Constituição brasileira assegurou.
Segundo Temer, o fato de a Constituição garantir a liberdade de expressão e política, incluindo o voto, indica que ela cumpre sua tarefa maior.
MEMÓRIA
Ao relembrar o período da Assembleia Constituinte, Temer se emocionou. Ele disse que, na época, pensou: Vou participar de um momento que vai ficar na história.
O presidente ressaltou que há 30 anos, discutir alguns temas não era fácil e em busca do consenso, todos se sacrificaram trabalhando incansavelmente. Um ano e meio que se trabalhava dia e noite, inclusive nos fins de semana.
Ao destacar o legado da Constituição, Temer foi categórico: seu perfil cidadão. Foi um trabalho que participou toda a sociedade. Quando se fala em Constituição Cidadã é porque ela trouxe para seu escrito as tendências da sua sociedade, acabou abrigando todos os setores da sociedade.
DESAFIOS
Questionado sobre o fim do governo e os desafios para o sucessor, o presidente ressaltou a necessidade de buscar promover as reformas constitucionais e o esforço para o controle dos gastos públicos. Segundo ele, a prioridade deve ser a reforma da Previdência por causa do déficit público.
Segundo Temer, heverá um momento em que aquilo você arrecada será o que você gasta. De acordo com ele, o teto de gastos públicos atualmente está em R$ 139 bilhões para 2019. O deficit público está diminuindo.
O presidente lembrou que as estatais foram moralizadas e passaram a ter lucro e receita. Também recordou que dobrou o número de áreas protegidas no meio ambiente. Mencionou ainda a busca pela simplificação tributária.
São tarefas que um governo, com toda franqueza, vai encontrar um terreno asfaltado porque nós fizemos foi asfaltar o terreno: melhor a economia, inflação baixa e juros para que o novo governo possa pegar um país arrumado e seguir adiante.
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