Apesar de alguns auxiliares do presidente Michel Temer admitirem que o ideal é que o PTB indique um novo nome para o lugar da deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) para chefiar o Ministério do Trabalho, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, afirmou nesta segunda-feira (05) que o governo não fará nenhum pedido ao partido. Não vamos solicitar que o PTB faça qualquer alteração, disse o ministro em coletiva de imprensa.
Além de a posse da filha do deputado Roberto Jefferson estar barrada pela Justiça há um mês, no final de semana surgiram novas acusações contra Cristiane que ampliaram o desgaste em torno da indicação. Conforme revelou o Estado no último sábado, Cristiane é alvo de um inquérito que apura suspeitas de tráfico de drogas e associação para o tráfico durante a campanha eleitoral de 2010.
A investigação foi enviada na sexta-feira (02) à Procuradoria-Geral da República (PGR), em Brasília, porque Cristiane possui foro privilegiado. Além disso, no domingo (04), o programa Fantástico, da TV Globo, mostrou que Cristiane foi flagrada ameaçando servidores públicos para conseguir votos na sua campanha à Câmara dos Deputados, em 2014.
Marun, que é conhecido como da tropa de choque do governo e também por suas declarações polêmicas e sempre otimistas, voltou a defender a parlamentar. Não existe nada provado contra a ministra e nem que a denigra, afirmou ele.
Segundo o ministro, o governo não tem o direito de desistir da prerrogativa privativa do presidente da República que é nomear ministros. Estamos numa luta maior que é pelo respeito a Constituição. Não temos o direito de desistir dela, disse. O governo continua e vai continuar insistindo na prerrogativa do presidente em nomear ministros.
Questionado se valia a pena o desgaste e se o governo estaria fazendo isso por conta dos votos do partido para a reforma da Previdência, o ministro disse que o partido de Jefferson já deve dar a maioria dos votos a favor da reforma. Os votos do PTB (para a Previdência) não são fatores marcantes pela nossa decisão (de manter nomeação da ministra).
Na semana passada, Cristiane fez sua defesa própria contra uma condenação em ações trabalhistas a bordo de um barco. Na gravação, ela permitiu que desconhecidos opinassem sobre o tema.
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