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Futuro chanceler diz que governo da Nicarágua não será recebido na posse

Futuro chanceler diz que governo da Nicarágua não será recebido na posse

Desde abril, a Nicarágua vive uma onda de manifestações pela saída de Ortega e de sua mulher, Rosario Murillo, que é a vice-presidente. A repressão aos manifestantes já deixou 325 mortos, incluindo uma brasileira, e ao menos 400 presos

Publicado em 24 de dezembro de 2018 às 00:22

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O futuro ministro das Relações Exteriores, embaixador Ernesto Fraga Araújo. (Valter Campanato/Agência Brasil)

O futuro chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, afirmou neste domingo (23) que nenhum representante do governo de Daniel Ortega, presidente da Nicarágua, será recebido na posse do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), dia 1º de janeiro.

"A posse do PR Bolsonaro marcará o início de um governo com postura firme e clara na defesa da liberdade", disse Araújo pelo Twitter. "Com esse propósito e frente às violações do regime Ortega contra a liberdade do povo da Nicarágua, nenhum representante desse regime será recebido no evento do dia 1°."

Também pela rede social, o futuro ministro já havia desconvidado o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, e o de Cuba, Miguel Díaz-Canel, para a posse de Bolsonaro.

Diante da pressão da comunidade internacional e da oposição por reformas democráticas, Ortega endureceu sua posição e, nos últimos dias, interveio em jornais, fechou um canal de TV e prendeu um jornalista, além de expulsar a missão da Comissão Interamericana de Direitos Humanas.

Horas antes, Janaina Paschoal, eleita deputada estadual pelo PSL, partido de Bolsonaro, havia recomendado pelo Twitter que Ortega fosse desconvidado. "Se ainda não o fez, o Brasil haveria de desconvidar a Nicarágua para a posse do presidente. Será constrangedor receber um país em que se prendem jornalistas por fazerem seu trabalho. Infelizmente, a cada dia, a Nicarágua se aproxima mais de Cuba e Venezuela."

Filipe Martins, secretário de assuntos internacionais do PSL e integrante da equipe de transição, comentou a declaração de Araújo sobre o regime nicaraguense. "A cordialidade do Brasil com seus vizinhos não servirá mais de desculpa para o descaso com abusos praticados por ditaduras, pois só há cordialidade quando há respeito à autodeterminação e às diferentes expressões da aspiração por liberdade e dignidade que há em cada um de nós."

Por tradição, o Itamaraty nunca deixa de convidar nenhum chefe de Estado ou de governo para posses presidenciais. Após desconvites aos líderes de Cuba e Venezuelana pelo Twitter, o ministério teve de enviar novos comunicados a Maduro e a Canel, informando que os dois não estavam mais convidados para a cerimônia em Brasília. Procurado, o Itamaraty não retornou indagação da Folha sobre possível envio de comunicado a Ortega.

É a primeira vez, desde a redemocratização, que esses países são deixados de fora do evento de posse presidencial.

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Já confirmaram presença para a posse de Bolsonaro o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, o presidente do chile, Sebastián Piñera, e o da Bolívia, Evo Morales.

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