Contrários ao projeto de lei aprovado recentemente pela Câmara dos Deputados que criminaliza o abuso de autoridade, manifestantes pró-governo Bolsonaro saíram às ruas de Vitória e de Vila Velha neste domingo (25) para garantir que o presidente vete a proposta. O apoio ao ministro da Justiça, Sergio Moro, e as críticas aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) também marcaram a pauta dos protestos.
Desta vez não houve travessia da Terceira Ponte. Na Capital, a mobilização teve início no Quiosque 4, na Praia de Camburi, e seguiu até o Quiosque 1. A Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) diz que 800 pessoas participaram do ato. Já a organização do evento estima três mil.
Em Vila Velha, o movimento saiu da Praça do Ciclista, em Itaparica, e seguiu até a praça Moacyr Loureiro, no mesmo bairro. Tanto a organização quanto a Sesp informam a participação de 200 pessoas. No último protesto, realizado em junho, cerca de 20 mil pessoas foram às ruas, de acordo com a Polícia Militar.
Para além de pedidos de veto à lei de abuso de autoridade, os cartazes traziam mensagens em prol do fim do STF e, inclusive, do impeachment do presidente Dias Toffoli. Críticas a outros ministros, como Gilmar Mendes também foram ouvidas. Moro, por sua vez, era chamado de herói. Máscaras com o rosto do ministro estavam por toda parte.
O STF vem lutando contra o cidadão. Estamos aqui mostrando para eles que todo poder emana do povo e eles não mandam na sociedade, afirmou Alexandra da Silva, presidente da Direita Espírito Santo, que liderou a passeata em Vitória.
POLÍTICOS
O grupo não poupou críticas ao governador Renato Casagrande (PSB), o qual acusaram de não ter concedido anistia total aos PMs que participaram da greve de 2017. O governador concedeu anistia administrativa. Na área criminal, somente o Congresso pode autorizar.
O senador Fabiano Contarato (Rede) e o deputado federal Amaro Neto (Republicanos) também foram alvos. Contarato, por se colocar contra iniciativas do governo e Amaro, por ter votado a favor do projeto de abuso de autoridade. As assessorias dos políticos foram demandadas pelo Gazeta Online, mas não enviaram respostas.
Em alguns momentos, o trio, em Vitória, ainda puxou gritos de A Amazônia é nossa, em referência às queimadas que vêm acontecendo, provocando repercussões internacionais.
Os participantes, em sua maioria, não comentaram as interferências do presidente da República, que têm feito com que instituições como a Polícia Federal se declarem insatisfeitas. Um manifestante, no entanto, foi vaiado ao subir no trio em Vila Velha e discursar sobre o tema.
A Polícia Federal tem que continuar independente, o Ministério Público tem que continuar independente, pontuou Antonio Carlos Gomes. Não votamos no Bolsonaro para ele repetir o PT, para repetir corrupção.
(Com colaboração de Eduardo Dias)
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