O grupo de manifestantes que ocupou o triplex no Guarujá (SP) atribuído ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), condenado e preso na Lava Jato, deixou pacificamente o prédio por volta de 11h30 desta segunda-feira (16). Integrantes da Frente Povo Sem Medo e do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) deixaram o local, depois de 3 horas, após conversar com a Polícia Militar.
Além da ocupação, havia ainda um grupo de 70 apoiadores em frente ao triplex, com faixas dizendo "Se é do Lula, é nosso", "Se não é, por que prendeu?" e "Povo sem Medo".É uma denúncia da farsa judicial que levou Lula a prisão. Se o triplex é dele, então o povo está autorizado a ficar lá. Se não é, precisam explicar porque ele está preso, disse o pré-candidato à Presidência do PSOL, Guilherme Boulos, que também participou do ato, nas redes sociais. A também pré-candidata Manuela D'Ávila (PCdoB) manifestou-se a favor do ato em sua conta no Twitter, assim como o senador Lindbergh Farias (PT).
Representantes das polícias Civil, Militar, além de advogados dos manifestantes fizeram uma vistoria prévia no condomínio e apartamento para verificar se há indícios de depredação ou arrombamentos. Agora, aguardam perícia da Polícia Federal, que está a caminho.
"SIMBÓLICA"
De acordo com o coronel do 21° Batalhão de Polícia Militar do Interior, Luiz Fernando Stefani, não houve negociação, mas um acordo para a saída dos manifestantes até as 11h45. Eles disseram que a ocupação era simbólica e resolveram sair pacificamente. Agora, a ocorrência será encaminhada para a Polícia Federal, que dará prosseguimento com o caso, disse.
Um dos advogados do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, Ramon Koelle, afirma que não houve arrombamento do portão e nem da porta do apartamento e que tudo se deu pacificamente e sem danos ao condômino. Fizemos um acordo para ninguém se machucar. Tínhamos senhoras e senhores de idade lá dentro e não queríamos confronto. Nossa mensagem era de que se o apartamento é do Lula, entramos lá como convidados, pois somos amigos, declarou.
Acusando o atual presidente Michel Temer de "ladrão" e o juiz federal Sergio Moro, que condenou o ex-presidente, de fazer um julgamento "tendencioso", os manifestantes entraram no prédio por volta das 8h30 da manhã, quando abriram um portão que, segundo eles, já estava quebrado, apenas empurrando-o.
De acordo com a advogada do MTST Débora Camilo, a ocupação era uma forma de manifestação à prisão do ex-presidente. Queremos abrir os olhos da população para a prisão ilegal de Lula, que foi feita para tirá-lo da disputa presidencial. Não quebramos nada, estamos fazendo um ato pacífico, destacou.
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