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Rebelião deixa ao menos 57 mortos no Pará

Rebelião deixa ao menos 57 mortos no Pará

Dos 40 criminosos mais procurados pela polícia, mais da metade é integrante do Primeiro Comando de Vitória (PCV)

Publicado em 25 de julho de 2019 às 23:33

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Mais da metade dos 40 bandidos mais procurados pela polícia na Grande Vitória é integrante do Primeiro Comando de Vitória (PCV). São 21 criminosos com mandados de prisão expedidos pela Justiça. Segundo a polícia, a facção com sede no Complexo da Penha, em Vitória, é responsável por uma série de assassinatos, incêndios criminosos e assaltos em diversos bairros da Grande Vitória.

De acordo com a polícia, o PCV é liderado por Carlos Alberto Furtado da Silva, o Beto, que está preso na Penitenciária de Segurança Máxima II, em Viana. Detido desde 2013, Beto lidera a organização criminosa que domina o Complexo da Penha, executa ordens do Primeiro Comando da Capital (PCC) no Estado e busca ampliar seu território no Espírito Santo.

Beto, líder do PCV. (Vitor Jubini | GZ)

Há denúncias de que, mesmo preso, ele ainda consegue enviar para a comunidade as ordens cumpridas pelas lideranças ainda livres, como a tomada de novos territórios e até a execução dos que não concordam em atuar aliado ao PCV. 

As investigações da polícia apontam que a facção está sob o comando de Fernando Moraes Pereira, conhecido como Marujo, de 26 anos, Geovani Andrade Bento, o Vaninho, 24 anos, Jaderson Barbosa Alves, o Mala Velha, 29 anos, e Carlos André Mendonça de Jesus, André Capeta, 20 anos. Todos estão soltos, mas com mandados de prisão expedidos pela Justiça.

“Vaninho, Marujo, Mala Velha e André Capeta são os líderes do PCV que estão fora do sistema prisional. A prisão dessa cadeia de comando principal é importante para que possamos definir novas operações com foco na desarticulação da organização criminosa como cancelamento do fornecimento de armas e drogas”, destaca Vidigal.

LÍDERES DO PCV PROCURADOS PELA POLÍCIA

TREM BALA, BRAÇO ARMADO DO CRIME

O PCV começou a se instalar no Complexo da Penha, em 2010, sob as orientações de integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC). Hoje, a sede do PCV é o conjunto de comunidades formado por Bairro da Penha, Gurigica, Consolação, Bonfim, Itararé e São Benedito. 

Com foco no domínio de território absorvendo o controle do tráfico de drogas em mais comunidades, o PCV criou o Trem Bala, braço armado da facção. Investigações da Delegacia Especializada em Segurança Patrimonial (DSP) apontam que bandidos do PCV, aliados a traficantes da Serra, executaram Marlon Martins da Silva, 28 anos, e Gustavo Salles Siqueira, 16 anos, com mais de 20 tiros de fuzil no dia 28 de abril no bairro das Laranjeiras, na Grande Jacaraípe, na Serra.

Marlon Martins da Silva, 28 anos, e Gustavo Salles Siqueira, 16 anos, foram mortos com mais de 20 tiros cada um. (Divulgação)

O delegado Henrique Vidigal explicou que além das disputas pelo domínio do comércio de drogas nas comunidades da Piedade, Morro do Moscoso e Morro São José, o PCV já ampliou território em bairros dos municípios de Cariacica e Serra. Segundo ele, na maioria das vezes, a conquista de novas bocas de fumo envolve tiroteios e assassinatos.

 “A ligação do PCV é maior com traficantes dos municípios de Serra e Cariacica. Na Serra, por exemplo, o PCV domina 70% do tráfico, mas quem controla é um grupo de traficantes que já estão com mandados de prisão expedidos. Dentre as atividades criminosas do PCV está a expansão de território de ação , o que provoca uma série de ataques com mortes”, afirma Vidigal.

ATAQUES A EMPRESAS E ÔNIBUS

Procurados por integrar organização criminosa, tráfico de drogas e homicídios. Juntos, Geovani Andrade Bento, conhecido como Vaninho, de 24 anos, Fernando Moraes Pereira, o Marujo, 26, tem seis mandados de prisão expedidos pela Justiça. De acordo com a polícia, os dois ordenaram que comparsas colocassem fogo em um carro da reportagem da TV Vitória em maio deste ano.

Carro de equipe de reportagem é incendiado por criminosos em Vitória. (Marcelo Prest)

À época, o delegado Henrique Vidigal, responsável pela Delegacia de Segurança Patrimonial explicou que a motivação para o ataque seria uma tentativa de distrair os policiais que realizavam uma operação no bairro onde o veículo foi incendiado.

Vaninho e Marujo também são apontados como mandantes de um ataque a uma empresa de alimentação que produz marmitas para presídios da Grande Vitória. Em fevereiro deste ano, criminosos incendiaram um ônibus na ES 010, em Nova Almeida, na Serra. Além de atear fogo, os criminosos fizeram disparos com arma, e ainda deixaram um bilhete com ameaças e assinatura do PCV.

Bilhete deixado por criminosos após incêndio que destruiu ônibus na Serra. (Gazeta Online)

A atuação do Primeiro Comando de Vitória também é investigada pelos policiais do Departamento Especializado em Narcóticos (Denarc). O delegado Fabricio Dutra destacou que também trabalha na identificação dos traficantes que negociam e distribuem a droga comercializada no Espírito Santo. 

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“Além das prisões dos responsáveis pelo tráfico aparente, daqueles que estão na linha de frente, há outras prisões importantes como a dos criminosos que estão no Paraguai mandando armas e drogas para os traficantes do Espírito Santo”, afirma Dutra.

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