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Pedreiro morto após estupro mostrou pornografia a crianças, diz esposa

Pedreiro morto após estupro mostrou pornografia a crianças, diz esposa

A babá Maria da Penha Lembrança contou que começou a cuidar de crianças para ajudar nas despesas de casa. Ela conheceu o pedreiro Aloísio Bandeira em 2001

Publicado em 10 de agosto de 2019 às 16:22

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Maria da Penha Lembrança, de 51 anos, é babá há 14 anos. Ela foi casada por quase duas décadas com o pedreiro Aloísio da Silva Bandeira, 43 anos, que foi assassinado na Serra, nesta terça-feira (6).

O motoboy Mário César Gadiol, de 30 anos, confessou que cometeu o crime após descobrir que Aloísio estuprou a filha dele enquanto a menina estava sob os cuidados de Maria da Penha.

À reportagem do Gazeta Online, a babá disse que nunca suspeitou do marido, mas revelou que a filha do motoboy e uma prima dela já relataram que o pedreiro mostrou vídeos de sexo a elas. À época, segundo a babá, ela o marido discutiram por conta do que as crianças denunciaram.

A senhora é babá desde quando?

Sou babá desde 2005. Eu cuido de criança em casa para ajudar nas despesas de casa, para ajudar meu marido.

Como recebeu a notícia de que seu marido pudesse ter sido morto por ter abusado sexualmente de crianças?

Na quinta-feira (8) eu fui prestar depoimento na delegacia. Quando eu cheguei lá que eu fiquei sabendo disso. Ainda estou em choque. Não sei nem falar porque, meu Deus! Eu nunca vi motivo, não estou entendendo. Jamais eu vou apoiar um estuprador! Eu tenho duas filhas e uma neta. Quando eu fui morar com o Aloísio, minhas filhas tinham 8 anos. Eram gêmeas. Perdi uma há quatro meses, vítima de câncer no útero.

E elas nunca reclamaram de qualquer comportamento do padrasto?

Não! Minhas filhas nunca guardaram segredo. Tudo que acontece elas sempre falam comigo. Éramos muito amigas. Ele era um padrasto muito bom, as meninas mesmo falavam.

A senhora lembra de ter cuidado da filha do Mário César?

Sim, estou lembrando. Eram três irmãos que eu cuidava ao mesmo tempo.

Seu marido ficava sozinho com as crianças?

Até hoje, que eu lembro, eu jamais deixaria essas crianças sozinhas com um homem, nem com minhas filhas eu nunca deixei. Jamais! Filha dos outros, jamais deixava sozinha com ninguém. Eu não estou entendendo tudo isso...

Segundo a família contou à polícia, a menina disse que foi abusada quando ficava sozinha com seu marido... (Ela interrompe dizendo "meu Deus! Pois é...) E que teriam outras denúncias de abuso, segundo a polícia...

Sim, tô sabendo…

O fato é que tudo teria acontecido sob a tutela da senhora.

Eles (a polícia) me perguntaram na delegacia, eu expliquei tudo. A única suspeita que as meninas me falaram uma vez, só dessa vez, se eu não me lembro (ela fala o nome da filha de Mário César) e a prima dela, que está em Rondônia. Inclusive, eu converso com essa prima dela até hoje. Só a (fala o nome da menina que teria sido abusada) que eu não tive mais contato. Teve um acidente na rua e eu fui ver. Entendeu? As duas meninas estavam assistindo um desenho na sala. Eu lembro até hoje. Isso, meu esposo estava sentado. Se eu não me engano, foi no sábado, porque no meio de semana ele sempre trabalhava. Aconteceu alguma coisa na rua. Naquele alvoroço todo, eu saí correndo pra ver. Entendeu? E nisso meu esposo estava com um celular na mão. Essa menina chegou perto de mim e falou: ‘Tia Dudu, tio Aloísio tava com um celular passando um negócio pelado’. Falei ‘é o quê? Vamos lá resolver isso agora!’ Ela não queria ir até ele. Aí eu falei: ‘Aloísio, o que é que foi que aconteceu que as meninas chegaram lá reclamando? Isso dá cadeia, Aloísio!’ E ele falou que não tinha mostrado nada. Eu então pedi para ele me deixar ver o celular e ele respondeu que estava só olhando. Então eu falei: ‘Aloísio, isso dá cadeia porque elas são crianças. Você sabe que eu olho criança porque eu preciso te ajudar. Vai que essas meninas contam para as mães delas. Isso dá cadeia. Eu sempre falava isso com ele”.

Quando isso teria acontecido?

No caso, quando elas me falaram ele negou. Isso foi em 2005, 2006, têm muitos anos.

Após esse dia, houve mais algum relato das crianças?

Eu joguei duro em cima dele. Desse dia para cá, não ouvi mais nada. Agora eu tô nesse choque, nesse pesadelo que eu não sei o que está acontecendo.

Alguma mãe já procurou a senhora após o assassinato do seu marido?

Têm muitas mães, eu cuido de criança até hoje. Inclusive, está até aqui na minha casa, o bebê de um ano que eu cuido.

A filha de Aloísio revelou recentemente que também já foi abusada pelo pai.

Estou horrorizada com isso. Se eu soubesse disso antes, não teria colocado o Aloísio na minha casa. Eu separei do pai das minhas filhas e um ano depois, em 2001, conheci ele. Seis meses que já tinha conhecido o Aloísio, coloquei ele na minha casa para morar comigo. Para falar a verdade, não tenho o que reclamar dele. Além desse motivo que eu falei, estou chocada, porque jamais eu vou apoiar um estuprador.

A senhora acha ele possa mesmo ter abusado das crianças?

Na minha cabeça, ainda falo que não. Sempre via ele alegre, chegando do serviço, tomando o banhozinho dele, tomando uma cervejinha. Na época, ele tomava muita cachaça, mas quando ele voltava bêbado em casa as meninas já estavam na casa delas.

O que espera aconteça a partir de agora?

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Eu quero justiça. Se for verdade, quero que meu marido fique em paz. Eu não sei mais...eu não estou dormindo direito, já tem não sei quanto tempo que eu não sei o que é colocar uma comida na boca, só bebendo líquido (choro).

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