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Pai de vítima desabafa: 'muita crueldade por causa de um celular'

Pai de vítima desabafa: "muita crueldade por causa de um celular"

O pai definiu o jovem como trabalhador, honesto e incapaz de machucar alguém

Publicado em 4 de maio de 2018 às 20:10

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Thiago Alves Mariano foi assassinado a caminho do trabalho. (Reprodução/Facebook)

Muito abalado e emocionado, o pai do operador de pátio Thiago Alves, de 29 anos, morto durante tentativa de assalto em Enseada de Jacaraípe, na Serra, falou um pouco sobre a vida do filho.

O auxiliar de logística de 58 anos, que preferiu não se identificar, definiu o jovem como trabalhador, honesto e incapaz de machucar alguém.

De que forma o senhor ficou sabendo do que aconteceu?

Eu estava em casa. Ontem (quinta-feira) á noite ele estava em casa comigo, conversando. Ele me disse que ia trabalhar de madrugada e depois foi embora. O sogro dele veio bater na minha casa umas 5 horas. Eu saí no portão para o olhar e já pensei logo no pior com o meu filho. Quando eu saí, vi todo mundo e me deram notícia que tinham assassinado ele.

E o que disseram para o senhor sobre o momento do crime?

Eu não sabia que um dos bandidos havia sido morto. A informação que eu recebi era que tinham três pessoas no ponto e que as outras duas estavam com o celular na mão, mas meu filho não, estava na bolsa. Quando ele foi colocar a mão para pegar, deram um tiro na cabeça dele. O bandido achou que ele iria pegar arma.

Ele sempre costumava pegar o ônibus naquele ponto?

Ele começou a trabalhar nessa empresa há uns quatro meses e pegava o ônibus somente naquele ponto. Ele nunca havia sido assaltado antes.

O que o senhor pode nos dizer do momento de vida do Thiago?

Meu filho estava em um momento feliz, tinha comprado um carrinho agora. Meu filho sempre foi um menino bom, honrado, honesto, nunca se meteu em confusão. Saiu de casa para o serviço. É muito difícil perder ele assim. Era uma pessoa muito boa. Ele tem dois filhos, uma menina mais velha, de 10 anos, e outra de 8 meses. A esposa dele está passando mal, muito abalada, desmaiou duas vezes, amamentando.

Mais uma família destruída pela violência...

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Infelizmente hoje a gente está sujeito a tudo. Não tem mais nada o que fazer. Não levaram nada dele. É doloroso. Esse Brasil nosso é assim. Não vai mudar nunca. Nós não temos segurança e o que temos não dá conta. Quem está na rua fica sujeito a isso. É muita crueldade por causa de uma porcaria de um celular. Eu não tenho a menor dúvida de que esse tiro partiu dos bandidos. O policial foi atrás deles depois. Agora é aguardar a investigação e a Justiça.

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