No papel a palavra Amor desenhada vem acompanhada do pedido de socorro de uma criança que passou os últimos quatro anos sendo vítimas de constantes estupros, dentro de casa, em Vitória.
Amor. Isso é uma coisa que tiraram de mim sem dó, sem piedade, como se eu fosse um objeto sem sentimento.
O desabafo é de uma menina de 12 anos. O tormento dela terminou na última terça-feira (16), quando a polícia prendeu o autor da violência, um missionário de 55 anos, que era padrasto da criança.
O desenho foi só mais uma prova do que a criança passava dentro de casa, desde os 8 anos. O desenho e as palavras mostram a série de horrores que ela sofreu, reforçou o delegado Lorenzo Pazolini, titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA).
Segundo a Polícia Civil, o missionário casou-se com a mãe da criança. Na época, a vítima tinha 5 anos. O casal teve uma filha, hoje com 7 anos. Os estupros aconteciam no horário da manhã, quando o missionário ficava sozinho com a enteada, já que a filha ia para o colégio.
A mãe das meninas, dependente química, ficava pouco tempo em casa, chegando até a morar na rua. Assim, as filhas ficavam sozinhas com o acusado. Os estupros contra a enteada aconteciam toda semana. A menina passou a trancar a porta do quarto quando chegava do colégio, para tentar evitar a violência. Até que, certa vez, chegou da escola e percebeu que o padrasto havia arrancado a porta do quarto dela, detalhou o delegado.
No início do ano, porém, um parente da menina de 12 anos foi à casa visitá-la e percebeu que ela era abusada. Os vizinhos ouviram a briga, descobriram o crime e comunicaram à DPCA, no dia 8 de janeiro.
NEGOU O CRIME
Em pouco mais de uma semana, a polícia conseguiu deter o missionário, que prestava trabalho de evangelização no bairro onde trabalhava.
Em depoimento, ele negou os crimes, mesmo duas testemunhas afirmando que flagraram o missionário abusando da enteada e o relato da própria vítima. O padrasto foi preso por cumprimento de mandado de prisão pelos crime de estupro de vulnerável.
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