A emoção e a tristeza tomaram conta do velório do estudante Deivid Jercey, de 18 anos, assassinado com um tiro no peito durante um assalto a um ônibus do Transcol por volta das 21h30 deste domingo (25). O velório aconteceu na Igreja Assembleia de Deus, em Balneário Ponta da Fruta, Vila Velha. A mãe do jovem chegou a passar mal no local, por ter pressão alta.
Professores, amigos que estudaram com ele e familiares lotaram a igreja do bairro. A mãe de Deivid estava muito emocionada e não saía de cima do caixão. Ela não teve condições de conversar com a reportagem.
O jovem foi morto quando voltava da casa da namorada na linha 619 (Terminal de Vila Velha/Balneário de Ponta da Fruta). Ela também estava presente no velório, muito abalada, e preferiu não falar também.
Logo após o velório, os familiares saíram em cortejo, passando em parte da Rodovia do Sol, em direção ao cemitério Parque da Paz, em Ponta da Fruta, onde Deivid foi sepultado.
COMOÇÃO E REVOLTA
A moradora do bairro e funcionária pública Evelin Neto, de 39 anos, utiliza muito a linha 613 (Terminal de Vila Velha/Ponta da Fruta). Segundo ela, desde 2015 os moradores têm reclamado, inclusive com protestos, da insegurança de andar nas duas linhas.
A prima de David, Emily Vitória, de 16 anos, também estava no velório e disse que o estudante era uma pessoa muito boa, um orgulho para os pais.
Ele era um menino que não tinha nada a reclamar. Sempre muito brincalhão, respeita todo mundo. A gente brincava quando era criança. A minha mãe foi embora por causa de assalto e a gente não se falava muito. Sempre foi um filho exemplar e ele trabalhava junto com os pais, na fábrica de vassouras, lembrou.
A estudante Ester Cristina de Souza, 15 anos, estuda na mesma escola que o jovem e entrou no mesmo ônibus em que estava Deivid durante o assalto. De acordo com ela, os criminosos roubaram apenas quem estava com os celulares nas mãos.
A gente chegou no ônibus e se cumprimentou. Eu estava perto dele, no fundo. Os criminosos pegaram apenas os celulares de quem estava na mão. Eu estava com minha mãe, meu pai e minha irmã, mas não pegaram nossos celulares porque minha mãe sempre fala pra eu não ficar com o celular na mão quando estou no ônibus, declarou.
Ela lembrou que Deivid não estava com o celular na mão. "Ele até guardou os fones de ouvido que estavam pendurados na camisa quando percebeu a situação", lembrou.
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