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Jovem que foi morta em Cariacica estava feliz após ter filho

Jovem que foi morta em Cariacica estava feliz após ter filho

Chegada do bebê transformou a vida de Karolaine do Rosário Mattos, de 18 anos, que foi morta na última segunda-feira (2)

Publicado em 4 de abril de 2018 às 02:00

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Karolaine era estudante e babá; ela exibia o nascimento do filho com felicidade. (Reprodução | Facebook)

Um futuro todo pela frente que foi destruído em poucos segundos. A estudante do ensino médio Karolaine do Rosário Mattos tinha 18 anos e já apresentava uma vida de responsabilidades. Além de estudar, ela trabalhava como babá e tinha acabado de dar à luz a um bebê de um mês um menino chamado Heitor.

Karolaine tem um irmão mais novo, de 8 anos, e passou por um grande trauma na infância. Quando tinha 10 anos, ela perdeu o pai, também vítima de um assassinato no mesmo local onde a jovem foi baleada na noite de segunda-feira (2).

No perfil em uma rede social, Karolaine mostrava que o atual momento era de extrema felicidade com a chegada do filho, superando a tristeza e o vazio deixando pelo pai.

O padrasto da estudante, Josivaldo Ferreira de Jesus, contou que o bebê era motivo de alegria para Karolaine. “Dia 22 que passou, ela fez o aniversário de um mês do Heitor. Ela pretendia fazer todos os meses um aniversário para o filho”, contou.

A doméstica Luciene da Silva, 34 anos, mãe de Karolaine, também fez um desabafo no Hospital São Lucas, antes de saber da morte da estudante.

“Ela estava muito feliz com o filhinho que veio para transformar a vida dela. Ela perdeu o pai nessa situação também, então o filho veio para preencher um vazio no coração dela. Ela sentiu muita falta (do pai). Então, para ela, o filho veio para alegrar a vida e a família, mas infelizmente hoje nós estamos passando por isso”, contou.

O namorado da jovem e pai de Heitor, Whagneston Vieira da Fonseca, 18, compareceu ao hospital São Lucas, onde Karolaine estava internada e, antes dela morrer, disse não entender como isso foi acontecer a ela. “A avó dela me ligou a noite avisando que ela tinha sido baleada na cabeça. É um momento muito difícil. Nosso filho tem um mês, estou muito abalado. Não dá para acreditar no que está acontecendo. Tinha gente na rua na hora que ela levou o tiro”, disse, emocionado.

DOR DE MÃE

Com muita dor, a doméstica Luciene da Silva do Rosário, 34, concedeu entrevista logo após saber da morte da filha.

O que dizer sobre tudo isso que está passando?

Minha filha era tudo para mim. Uma menina meiga, carinhosa, alegre com a vida. Ela foi tirada de mim. Não tenho palavras para explicar. Eu só sei que estou sem a minha filha. Ela pagou por um ato que ela não merecia. Uma inocente que perdeu a vida por nada.

O que fica agora para a família da Karolaine?

Infelizmente vai ficar a dor, a saudade, mas também a alegria que ela deixou, que é o bebê dela. Vamos cuidar com muito amor e carinho. Deus vai nos dar força para superarmos essa situação. Sei que não é fácil, mas da mesma forma que ele fez a gente chegar aqui, vai ajudar a minha família.

A decisão de doar órgãos partiu de onde?

Doar órgãos sempre foi um desejo dela. Não vai poder doar todos, não deu para recuperar. Somente uma córnea será doada. Apesar de ser só um órgão, que a família que receber seja abençoada. Minha filha vai estar sendo lembrada em outra pessoa e em nossos corações. Vai deixar muitas saudades e lembranças boas.

Quais eram os planos dela para o futuro?

Ela tinha muitos planos para a vida. Tinha vontade de descobrir o mundo. Os sonhos dela foram interrompidos pela violência.

E o que vocês esperam em relação a quem fez isso?

Espero que quem fez isso seja encontrado logo, mas acima de tudo espero a justiça de Deus. Eu entrego na mão Dele.

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