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Filha denuncia empresário ao descobrir dívida de R$ 3,8 mil em seu nome

Filha denuncia empresário ao descobrir dívida de R$ 3,8 mil em seu nome

Jovem de 22 anos descobriu que o pai usou o nome dela para criação de uma empresa e deixou uma dívida de pelo menos R$ 3.800

Publicado em 1 de março de 2019 às 15:32

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Delegacia Patrimonial, em Vitória, onde pai foi levado para prestar depoimento . (Edson Chagas/Arquivo)

Uma jovem de 22 anos denunciou o próprio pai, um empresário de 48 anos, por falsidade ideológica após descobrir que ele utilizou o nome dela para criação de uma empresa e deixou uma dívida de pelo menos R$ 3.800,00. O caso aconteceu em Cariacica e a empresa, que prestava serviços de segurança com cães, não funciona mais.

Segundo o titular da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC), Brenno Andrade, a filha ficou sabendo que o nome dela estava negativado por causa da dívida, que tinha relação com a compra de produtos veterinários.

Filha denuncia empresário ao descobrir dívida de 3,8 mil reais em seu nome

“A vítima procurou a delegacia informando a nós que foi criada uma empresa com a utilização dos dados cadastrais dela sem autorização. A Polícia Civil investigou o caso e comprovou. Em função disso, ela teve vários problemas, o nome dela foi negativado por causa da dívida e ela teve acionar a Justiça para comprovar que ela não sabia que o pai tinha feito isso”, relatou.

Segundo a filha, em depoimento para a Polícia Civil, não foi a primeira vez que o pai utilizou o nome de algum dos filhos. O delegado contou que a mesma situação aconteceu com o meio irmão dela. “Ele utilizou os dados cadastrais para criar uma outra empresa. Era recorrente. Ele contou em depoimento que ela tinha autorizado, mas tanto a filha quanto a mãe, que era casada com o empresário, desmentiram”, declarou.

O pai estaria desesperado para poder trabalhar, já que estava desempregado. A própria filha apresentou prints de conversas com o empresário em aplicativos de conversas.

ENDIVIDAMENTO TERCEIRIZADO

O delegado explicou que o caso serve de lição para muita gente que acaba emprestando o nome, seja para financiamento de alguma casa ou apartamento, ou mesmo para empréstimo, ou para criação de empresas. No caso da jovem de 22 anos, ela não sabia da situação, mas o titular do nome pode até ser considerado “laranja” e ser criminalizado com quem utilizou o nome.

“Em 2018, 63 milhões de brasileiros tinham nome no SPC. Grande parte dos casos tinha o chamado endividamento terceirizado, emprestando o nome. O maior bem da pessoa é o nome. Ela pode acabar sendo responsabilizada por uma dívida que não é sua. Quem utiliza um nome que não é seu pode até ser honesto, mas não sabemos os percalços que ela pode passar”, declarou.

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O empresário de 48 anos está sendo indiciado por falsidade ideológica. A pena prevista é de um a três anos de prisão. O delegado lembra que o empréstimo de nome pode causar, além de processos judiciais, conflitos familiares e entre amigos.

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