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Exame da perícia confirmou a identidade das advogadas

Exame da perícia confirmou a identidade das advogadas

Análise da escrita utilizada nos manuscritos possibilitou a identificação das acusadas

Publicado em 25 de agosto de 2019 às 11:07

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Advogadas presas pelo Nuroc por auxiliarem faccoes criminosas. Elas escreviam cartas com recados de bandidos para facções no ES. (Ricardo Medeiros)

A perita oficial da Polícia Civil, Jandira Brandão, confirmou na coletiva de imprensa que o exame grafotécnico realizado nos manuscritos possibilitou a identificação das advogadas Luezes Makerlle da Silva Rocha e Gabriela Ramos Acker, acusadas de passar bilhete, com ordens de criminosos de dentro da cadeia, para integrantes da facção do lado de fora executarem crimes.

Por meio de uma análise da escrita utilizada nos bilhetes recebidos via denúncia e na agenda encontrada dentro do sistema prisional, a polícia conseguiu confirmar a identidade das acusadas e ainda que foram produzidos pelas mesmas pessoas.

“Foram realizados exames a partir de padrões conseguidos pelo Nuroc e pela perícia. Utilizamos o prontuário civil para identificar o padrão gráfico dessas pessoas e, através da comparação desse padrões, conseguimos chegar a autoria dos manuscritos, tanto das cartas quanto das agendas”, relatou Brandão.

Esses resultados foram possíveis através de exame grafotécnico que, de acordo com a perita, consiste em uma comparação do manuscrito com um padrão já utilizado pela pessoa que escreveu. “Assim, identificamos o hábito gráfico, ou seja, todas as nuances que a pessoa tem ao escrever. Desta forma encontramos as semelhanças entre as cartas e a agenda e constatamos que foram escritas pelas mesmas pessoas”, disse.

Ainda de acordo com Brandão, a linguagem coloquial utilizada surpreendeu a perícia, pois foi identificado que a pessoa que escreveu os bilhetes estava relatando exatamente o que estava ouvindo. Isso confirmou que foi um texto ditado pelos detentos.

OPERAÇÃO

As duas advogadas foram presas na manhã desta terça-feira (20) na fase 1 da Operação Ponto Cego, realizada pelo Núcleo de Repressão às Organizações Criminosas (Nuroc). Elas são suspeitas de coletar e transmitir bilhetes de lideranças criminosas detidas no sistema prisional capixaba.

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Segundo as investigações da Polícia Civil, os bilhetes eram enviados para os comparsas que estavam fora da prisão para a execução de diversas tarefas criminosas, como o pagamento de armas de fogo, coação de testemunhas em processos criminais, compra e venda de entorpecentes, e até simulação de estado civil para mulheres fazerem trabalho de troca de informações.

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