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'Eu passei no lugar e na hora errada', diz professor baleado em Viana

"Eu passei no lugar e na hora errada", diz professor baleado em Viana

O professor de artes marciais foi atingido por um tiro quando chegava em casa no bairro Nova Bethânia, em Viana, na noite desta sexta-feira (3). Ele foi baleado por engano

Publicado em 4 de agosto de 2018 às 02:02

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Professor de artes marciais teve o carro atingido por disparos e foi baleado nas costas. (Poliana Alvarenga/TV Gazeta)

Ainda recuperando-se do tiro que levou nas costas, o professor de artes marciais, 35, contou que não ouviu a ordem de parada porque estava escutando música. Ele foi baleado quando chegava em casa no bairro Nova Bethânia, em Viana, na noite desta sexta-feira (3). O crime aconteceu na rua onde a vítima mora há 10 anos, por volta da meia-noite.

Ao perceber que não se tratava de um rival, os criminosos ajudaram no socorro à vítima, parando um motorista que passava pelo local na mesma hora e o obrigando a levar o professor para um pronto atendimento.

Segundo o professor, que também é dono de uma oficina mecânica, ele voltava da academia, trajeto que costuma fazer toda noite. Ele estava em um Corolla preto que comprou há cerca de três meses. Pouco antes de chegar na garagem de casa, onde mora com a família, bandidos que passavam de carro pelo local ordenaram que ele parasse.

Como o professor não obedeceu à ordem, os criminosos atiraram contra o Corolla. A polícia informou que, ao todo, foram oito tiros. Um deles acertou a vítima nas costas.

“Eu não vi ninguém, nem ouvi ordem de parada. Quando fui atingido, desmaiei por alguns segundos e só acordei quando o carro bateu, invadindo o quintal de uma casa e derrubando uma cerca. Saí do veículo ainda tonto. Os bandidos foram conferir e quando perceberam que acertaram a pessoa errada, gritaram: É trabalhador! É morador!”, lembrou a vítima.

De acordo com a tia do professor, de 54 anos, quando os bandidos perceberam que se tratava de um morador, questionaram o motivo dele não ter obedecido a ordem de parada. “Eles disseram para ele: ‘Porque você não parou, cara? Tá querendo morrer?’. Depois ajudaram a socorrer”, contou.

Ao notar que o professor havia sido baleado nas costas, os criminosos pararam um outro veículo que passava pelo local e mandaram que o motorista socorresse a vítima.

“Meu sobrinho mora aqui há muito tempo. É um menino bom, trabalhador. Não tem problema com ninguém aqui. Ele foi confundido”, disse a tia

De acordo com a DHPP, o professor de artes marciais foi levado para o Pronto Atendimento de Arlindo Villaschi e depois transferido para o Hospital Antonio Bezerra de Faria, em Vila Velha.

“Depois de ser atendido, recebi alta. A bala está alojada, pois a cirurgia nesse momento é um risco. Estou sem os movimentos de dois dedos, mas poderia ter sido pior, afinal, foram oito tiros no carro. Eu estava no lugar errado e na hora errada”, disse.

VEJA ENTREVISTA:

Você viu os criminosos?

Não vi e nem ouvi ninguém. Disseram que eles me mandaram parar e se eu tivesse escutado, pararia. Mesmo que fosse assalto, não reagiria.

Eu andava devagar porque costuma ter criança na rua. Vinha da academia, estava ouvindo música. Passar na rua a essa hora faz parte da minha rotina semanal.

Como percebeu os tiros?

Quando virei o carro na rua, já perdi o controle. Desmaiei e acordei rápido. Não ouvi os tiros. Já atingido, caído no banco, pensei: “ Meu Deus, não acredito”. Parecia que estava em um sonho.

O que fez ao acordar?

Saí do carro tonto. Sempre ando de cabeça erguida porque não devo ninguém. Eles vieram conferir e falaram: “É morador! É trabalhador!” Passou um carro e eles obrigaram me socorrer. Eles estavam esperando alguém. Eu passei no lugar e na hora errada.

Como você está agora?

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A bala está alojada próximo a coluna. O médico pediu para retornar em uma semana para ver se precisa tirar, agora é arriscado. Sinto dores no braço e é provável que a bala tenha atingido um nervo. Não consigo mexer dois dedos da mão direita. Mas estou vivo e é isso que importa.

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