Executada por dois criminosos encapuzados, dentro de casa, na frente da filha de 4 anos. A história da morte de Maiara de Oliveira Freitas, de 26 anos, chocou pela crueldade. Quase seis meses após o caso, o crime segue sendo investigado e nenhum suspeito foi preso. Além da dor pela perda brutal, a família da jovem agora enfrenta outro drama: a dificuldade em conseguir ver a neta, que atualmente vive com o pai. A avó materna pretende, inclusive, entrar na Justiça pela guarda compartilhada.
A operadora de telemarketing Maiara de Oliveira Freitas foi assassinada na Rua B, do bairro Antonio Ferreira Borges, em Cariacica, às 4 horas, do dia 11 de setembro de 2019. Fingindo serem policiais, dois bandidos encapuzados invadiram a casa, agrediram o pai da vítima e mataram a jovem de 26 anos na frente da filha dela. A menina não ficou ferida e os bandidos fugiram comemorando o assassinato.
Com a voz trêmula e muito abalada, a mãe de Maiara, de 43 anos, contou que ainda é muito difícil falar sobre a morte da filha. Sem querer se identificar, por medo de represálias, ela conta que logo após a morte da jovem, conseguia visitar a neta normalmente. Porém, diz que após negar ao pai da menina um documento pessoal de Maiara, não conseguiu mais ter contato a neta, que atualmente mora com o genitor.
"Ele pediu um documento para conseguir pensão da minha filha. Mas como eles nunca foram casados, achei melhor não entregar. Depois disso, ele cortou todo o meu contato com a minha neta, que não tem nada a ver com essa história toda. Cheguei a ir à creche da menina para vê-la e fui ameaçada de chamarem a polícia. Por isso, estou me organizando para entrar na Justiça pela guarda compartilhada. Minha neta foi criada pela família materna. Da mesma forma que sofro pela falta dela, ela também sente nossa falta. É uma dor dupla, pela minha filha e pela minha neta", lamenta.
A reportagem não conseguiu o contato do pai da criança.
Uma prima de Maiara, que também prefere não se identificar, contou a que a criança chegou a iniciar um tratamento psicológico. Logo após ver a execução da mãe dentro de casa, ela passou a ter medo de ficar sozinha nos cômodos das residências.
Na época do crime, familiares da vítima contaram que Maiara morava no bairro há duas semanas. Ela não tem passagem pela polícia e a suspeita era de que a operadora de telemarketing teria sido morta por vingança.
Isso porque, cerca de um ano antes do crime, o namorado de Maiara também foi morto no bairro. Ela teria ajudado a polícia na investigação e sofreu ameaças. Com medo, a jovem chegou a se mudar para Minas Gerais e retornou a Antônio Borges 14 dias antes de ser assassinada.
Procurada, a Polícia Civil informou por nota que o caso está sendo apurado pela Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM) e que nenhuma linha de investigação é descartada.
"As investigações estão avançadas, no entanto, não é possível passar mais detalhes por enquanto. Qualquer informação adicional, neste momento, seria precoce e poderia comprometer as investigações. O que podemos confirmar, por enquanto, é que nenhum suspeito foi preso até o momento", informou a nota.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta