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Morre engenheiro capixaba que fez terço com pedras retiradas da vesícula

Morre engenheiro capixaba que fez terço com pedras retiradas da vesícula

João Bosco de Angeli faleceu nesta quinta-feira (30) aos 72 anos, em decorrência de uma parada cardíaca

Publicado em 31 de janeiro de 2020 às 21:47

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João Bosco de Angeli costumava ir às missas todos os domingos. (Gildo Loyola)

Conhecido por ter confeccionado um terço religioso com as pedras que foram retiradas da própria vesícula biliar, o engenheiro João Bosco de Angeli morreu nesta quinta-feira (30), aos 72 anos de idade. O capixaba estava internado em um hospital particular de Vitória por causa de uma pneumonia, e não resistiu a uma parada cardíaca e respiratória.

O sepultamento aconteceu no Cemitério Parque da Paz, em Cariacica, durante a tarde desta sexta-feira (31) – justamente a data em que é celebrado o Dia de São João Bosco, padre que dedicou a própria vida à salvação de jovens e que é padroeiro da cidade de Brasília (DF). A coincidência foi ressaltada pela filha dele, a arquiteta Ginateli de Angeli.

De acordo com ela, o pai era diabético e enfrentava uma depressão. Além de Ginateli, ele também deixa o filho João Paulo de Angeli e três netos: Lara, Davi e Luísa. Católico praticante, João Bosco foi enterrado com um terço que ficava no quarto dele. "Meu pai era muito inteligente e gostava bastante de escrever", lembrou Ginateli.

A TRANSFORMAÇÃO DA DOR

Conforme reportagem do G1 ES, o engenheiro João Bosco passou por uma cirurgia para retirar as pedras da vesícula biliar em 2011. Cerca de cinco anos depois, ele resolveu lapidá-las para fazer o terço e se divertia com a matéria-prima inusitada.“Perguntava para as pessoas do que ele era feito e ninguém acertava. Acho que é único terço feito com pedras da vesícula”, contou ao portal.

Terço confeccionado com as pedras retiradas da vesícula tem cerca de 40 centímetros de comprimento. (Acervo Pessoal)

Ao todo, foram retiradas 53 pedras de aproximadamente cinco milímetros de diâmetro cada. Por isso, para confeccionar o terço, ele precisou usar seis pedras falsas e também miçangas amarelas. Para o acabamento, foi utilizado um entremeio de outro terço e uma cruz de madeira. “A parte mais trabalhosa foi fazer os furos nas pedras, mas não demorou”, disse.

Em 2016, quando a reportagem do G1 ES foi feita, o terço estava guardado como lembrança. “O terço tem um significado, é um instrumento de oração. Eu usei ele para rezar uma vez, mas agora ele fica guardado em uma caixinha bem bonitinha”, afirmou à época.

Ainda muito abalada, a família disse não saber o que será feito com o terço que João Bosco confeccionou.

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