Bastou 30 dias de vida para o pequeno Brayan passar pela primeira cirurgia. Agora, aos três anos, ele se prepara para desafios ainda maiores: a reconstituição da bexiga, as inúmeras sessões de diálise e a longa fila para transplante de órgão. Para tentar vencer todos eles, a mãe Layla Cristina Rosa Laia fez uma rifa, já que o filho será atendido no Hospital do Rim, que fica em São Paulo.
As passagens para a capital paulista já estão garantidas, graças ao Governo Estadual do Espírito Santo, que também liberará uma diária de R$ 78,80 a eles. No entanto, este valor está longe de ser o suficiente para mantê-los na cidade. Acredito que esse dinheiro mal dê para almoçar e jantar. A rifa é para custear a estadia, já que não temos nenhum conhecido lá, explicou Layla.
Como a viagem está marcada para a próxima terça-feira (29), o sorteio já acontecerá neste domingo (27). Ao todo, serão cinco ganhadores, que receberão como prêmios, respectivamente: uma cesta de chocolates, um liquidificador, uma batedeira, um secador de cabelo e uma sanduicheira. Todos doados por quem conheceu e se sensibilizou com a história dos dois.
O capixabinha Brayan nasceu no dia 24 de maio de 2016, ano marcado pelo auge da epidemia de zika no Brasil. Aos três meses de gestação, Layla descobriu que havia contraído o vírus e precisou acompanhar ainda mais de perto a gravidez. Em um dos ultrassons feitos, os médicos descobriram que um dos rins do feto tinha problemas de formação.
Naquele momento, o outro rim parecia perfeito e a deformidade seria de fácil solução. Porém, depois do nascimento, uma nefrologista revelou que a história seria outra. Na consulta, ela nos mandou direto para o hospital, porque o caso era muito grave e depois descobrimos que o segundo rim tinha vários tumores, lembrou a mãe.
Com um mês de vida, então, Brayan precisou passar pela primeira cirurgia. Os médicos fizeram um buraquinho na barriga pelo qual o xixi saía. Depois de sete meses, a bexiga dele atrofiou e ele passou por mais duas cirurgias, contou Layla. Consequentemente, até hoje, o menino faz xixi apenas por sonda e demanda cuidados especiais.
Sem a filtração e absorção da água pelo rim, Brayan se desidrata facilmente e precisa beber muito líquido. Já em relação à comida, há restrições: não pode comer nenhum tipo de proteína. Isso sem contar o incômodo causado pela sonda e os oito remédios prescritos. De acordo com a mãe, os gastos chegam a cerca de R$ 600 por mês.
Saber que com esses procedimentos em São Paulo tudo isso pode ser resolvido e que meu filho pode ter uma vida normal é um alívio. Mas, ao mesmo tempo, também sinto um desespero, porque pode dar tudo errado e enfrentarei tudo isso sozinha em um lugar complemente desconhecido, disse Layla segurando o choro.
Como os dois moram em Colatina, as rifas estão sendo vendidas em dois locais da cidade: na loja Plena Pneus e na banca do Briel, ambas localizadas no Centro da cidade. O custo é de apenas R$ 10. Quem não vive na região, pode ajudar com depósitos na conta poupança de Layla. Anote os dados: banco Caixa Econômica, agência 1540, e conta 00052717-4.
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