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Câmara aprova cassação de vereador acusado de roubar notebook no ES

Câmara aprova cassação de vereador acusado de roubar notebook no ES

Vereadores votaram por unanimidade pela cassação do mandato de Ronaldo Barreiros

Publicado em 4 de julho de 2018 às 17:38

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Câmera mostra vereador deixando a Câmara com uma pasta preta debaixo do braço no dia do roubo do notebook. (Reprodução/MPES)

A Câmara Municipal de Nova Venécia decidiu, por unanimidade, cassar o mandato do vereador Ronaldo Barreiros (SDD), por quebra de decoro parlamentar e improbidade administrativa. A decisão, tomada na sessão de terça-feira (03), teve os votos favoráveis de 12 vereadores da Casa.

O processo administrativo de cassação foi iniciado em março para apurar uma denúncia de que o vereador teria retirado um notebook do Gabinete da Presidência e levado para casa, em janeiro de 2017, quando o Legislativo estava em recesso, ficando com ele sob sua posse por nove meses.

Em outubro de 2017, o Ministério Público o denunciou pelo crime de peculato-furto em relação ao mesmo fato. Barreiros foi presidente da Câmara entre 2013 e 2016, e foi reeleito para nova legislatura.

Durante a sessão foi lido um requerimento em nome de Barreiros, solicitando que o julgamento fosse retirado de pauta, pois ele havia sido acometido por um problema de saúde, e encaminhado para o hospital. Ele afirmou que, em função do estado emocional pelo qual estava passando, sofreu alteração da pressão arterial, e que a sessão de votação de sua cassação não poderia acontecer para não haver o cerceamento da defesa.

No entanto, o presidente da Casa, Antônio Emílio (PPS), negou o pedido e prosseguiu com a votação.

"Não houve cerceamento da defesa. Ele já havia se manifestado em outras fases. O caso deixa um prejuízo material, mas o principal é o prejuízo moral para a Casa", afirmou Emílio.

O vereador Juarez Oliosi (PSB), relator do processo, manifestou seu entendimento.

"O próprio vereador afirma que mal sabe digitar, como pode permanecer com um computador mais de 9 meses para fins de trabalho? As provas demonstram que ele estava de posse do computador desaparecido e revelam a intenção deliberada de se apropriar do patrimônio desta Casa", apontou.

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É um momento turbulento, mas é um deserto que todos os políticos têm que atravessar para que a gente chegue do outro lado, no momento melhor do país. A gente tem que prezar muito pela moral e pela ética. E a partir de agora é um divisor de água na Câmara de Nova Venécia

Antônio Emílio (PPS) - Presidente da Câmara de Nova Venécia
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Com a cassação, o presidente da Câmara oficiou o cartório eleitoral para que ele indique o suplente diplomado para assumir a vaga. O primeiro suplente da lista é Cláudio Marcos Santos (PTB).

O vereador Ronaldo Barreiros (SDD) foi procurado para comentar a decisão, mas não atendeu as ligações.

O CASO

No dia 02 de janeiro de 2017, o setor de Patrimônio da Câmara de Nova Venécia comunicou à presidência do Legislativo a ausência de um notebook da Câmara. Ao verificarem as imagens de videomonitoramento da Câmara, o vereador Ronaldo aparece levando um objeto com o mesmo formato de um notebook sem passar pela solicitação do Patrimônio.

Após a análise da situação foi aberta uma sindicância para apurar o caso. Através de um mandado de busca e apreensão, o notebook foi encontrado na casa do vereador.

A partir disso foi feito um inquérito policial, que hoje tramita como ação criminal na 2ª Vara Criminal da Comarca de Nova Venécia. A averiguação da conduta política do vereador Ronaldo prosseguiu na Câmara de Nova Venécia.

De acordo com o Código de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, a Comissão Processante tem o poder de analisar a parte político-administrativa da denúncia.

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Os trabalhos da Comissão começaram no dia 2 de abril, e teve um prazo de 90 dias para analisar o relatório da corregedora da Câmara, Gleyciaria Bergamin (DEM), que apontou para a abertura de uma Comissão Processante, para analisar a conduta do vereador Ronaldo. O relatório foi aprovado por unanimidade pelos vereadores da Câmara, no dia 27 de março.

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