O novo coração que bate no peito do médico neurocirurgião capixaba Rogério Guasti, de 70 anos, pertenceu a um jovem de 24 anos. Natural de Uberlândia, Minas Gerais, o jovem teve morte cerebral confirmada depois de ser baleado durante um assalto.
O repórter da Rádio CBN, Diony Silva, acompanhou o transplante do momento em que o doador foi encontrado, em Minas, até a chegada no Hospital Meridional, em Cariacica.
Segundo ele, o jovem estava no Hospital das Clínicas de Uberlândia e doou, além do coração, os rins, o fígado e as córneas. A família dele não se encontrava no hospital durante o procedimento.
"A cirurgia para retirada é feita com muito cuidado. Apesar de o paciente já estar tecnicamente morto, todos os procedimentos de higiene e de cuidados são feitos para preservar os órgãos e a dignidade desse paciente", afirmou Diony. Ouça o relato do repórter.
Corrida contra o relógio
O avião da Força Aérea Brasileira, que fez o transporte do coração, chegou ao aeroporto de Vitória por volta das 23 horas. Após a chegada em Uberlândia, um carro já esperava a equipe para levá-lo ao hospital.
O repórter relatou que a cirurgia para a retirada do coração durou cerca de três horas. A partir daí, os médicos têm quatro horas para transplantá-lo para outro corpo, sob o risco de que o órgão se deteriore. A cirurgia de transplante começou ás 6 horas desta quarta-feira (29) e terminou por volta das 14h30. Os médicos disseram que não houve complicações durante o procedimento. O estado de Rogério Guasti é grave, mas, de acordo com os médicos, este quadro já era esperado. Agora começa a luta pela recuperação.
Apelo
Com problemas de arritmia cardíaca, há três meses o médico neurocirurgião Rogério Guasti, de 70 anos, recebeu o diagnóstico de que precisaria de um transplante de coração. De lá pra cá, os dias foram de angústia para familiares e amigos. Nesta terça-feira (28), a filha dele gravou um vídeo em que Rogério pede ajuda para mobilizar pessoas a favor da doação de órgãos.
Mas na tarde desta terça (28), por coincidência, todos receberam a notícia que tanto esperavam: um coração compatível foi encontrado em Minas Gerais.
Segundo a mulher do médico, Anadir Nepomuceno Guasti, 50, o neurocirurgião, que está internado no Hospital Meridional, já sofre com arritmia cardíaca há alguns anos. Ele, inclusive, já passou por operações e possui um desfibrilador - aparelho eletrônico que diagnostica as arritmias cardíacas e é capaz de tratá-las, através da desfibrilação, uma aplicação de corrente elétrica que para a arritmia, fazendo com que o coração retome o ciclo cardíaco normal.
Mas depois de alguns exames, os médicos perceberam que ele estava com uma cardiopatia grave e precisava de um coração novo para continuar vivo e bem. Ele entrou na fila de transplante e hoje (ontem) tivemos a notícia que havia um coração compatível em Uberlândia, em Minas Gerais, disse.
Com informações de Diony Silva, da Rádio CBN
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