Sindicatos e Associações de técnicos, docentes e estudantes da UFES fazem uma manifestação no campus de Goiabeiras, em Vitória. Eles fecharam as entradas para carros na universidade e afirmam participar do movimento nacional de paralisação das atividades por 48h, nesta quarta (2) e quinta-feira (3), em mais um ato contra os cortes nas universidades e institutos federais.
Segundo o presidente da Associação dos Docentes da Ufes (Adufes), José Antonio da Rocha, o ato nacional acontece em todos os campi do Estado e tem como objetivo mostrar à população a importância das universidades públicas, e falar sobre o programa Future-se, do governo federal, rejeitado pelo conselho universitário na última semana.
A gente vem numa crise desde 2014 que se agravou esse ano com os cortes que o governo anunciou: Corte de bolsas, além disso estamos sem ar-condicionado e outras coisas mais que a gente vai ter que deixar de ter nessa universidade. Além disso, o governo está anunciando um projeto chamado Future-se. A universidade vai perder esse caráter social, laico, de qualidade que ela tem porque, segundo o projeto, nós professores teremos que buscar recursos no mercado, e não esses recursos virem do governo, como está previsto na constituição, disse.
O acesso está sendo feito apenas pelo portão lateral, próximo à maternidade Santa Úrsula, a pé ou de bicicleta. Carros, motos e outros veículos estão impedidos de passar nesta e nas demais entradas. Por isso, muitos serviços do campus de Goiabeiras não foram oferecidos nesta quarta.
Estudantes que estiveram no local pela manhã afirmaram que muitos professores e outros alunos não conseguiram chegar, e por isso, não houve aulas em muitos cursos. O Núcleo de Línguas anunciou a suspensão das atividades nesta quarta e quinta-feira. Além disso, os restaurantes universitários de Goiabeiras e Maruípe não vão funcionar nesta quarta-feira, pois caminhões de fornecedores não conseguiram entrar no campus. A Biblioteca Central também não abriu.
Mesmo prejudicados pela falta de aulas, alunos apoiavam a manifestação realizada nesta quarta-feira. É o caso da estudante de arquivologia, Paula Batista, 21, que mesmo perdendo a apresentação de um seminário, afirma que a causa é válida.
Atrapalha de certo modo o cronograma, tinha um seminário hoje que vou apresentar na semana que vem. Mas é por uma causa maior. A Ufes está passando por necessidades há algum tempo e está chegando no limite. Está bem difícil mesmo, disse.
Durante todo o dia, os participantes do ato realizam reuniões e aulas públicas, que tem como tema central de discussão os cortes de verbas para as universidades e institutos federais. Para esta quinta-feira, está marcado um ato em defesa da educação, em que sindicatos e associações ligadas à educação pública devem sair em passeata pelas ruas de Vitória
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