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Malária no ES: 625 testes rápidos vão chegar de Brasília

Malária no ES: 625 testes rápidos vão chegar de Brasília

Com material, é possível adiantar tratamento da doença

Publicado em 4 de agosto de 2018 às 02:44

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O Anopheles é o transmissor da malária, que tem cura, se for tratada logo e de forma adequada. (Portal Biologia/Divulgação)

 

Diante de um surto de um tipo inédito de malária, o governo do Estado prepara ações para tentar, ao mesmo tempo, curar as pessoas infectadas e impedir que a doença se espalhe. Ferramenta importante na luta contra a doença, 625 testes rápidos de malária devem chegar neste sábado (4) de Brasília. As fitas podem apontar em 15 minutos se a pessoa está ou não infectada.

“Se necessário, o Ministério da Saúde vai tentar deslocar mais testes da região amazônica”, diz o médico Ademilton Cruzeiro, referência em malária da Sesa.

O teste rápido é prático, fácil de usar e pode ser feito em campo e em postos de saúde. Mas ele não elimina a necessidade do exame de sangue, feito apenas por especialistas. “A secretaria disponibilizou uma equipe grande para ir para o Noroeste porque a demanda foi grande e a gente tem que dar uma resposta muito rápida”, disse o especialista.

As pessoas que tiverem resultado positivo já iniciarão o tratamento com remédio, fornecido pelo Ministério da Saúde e remanejado de outras regiões do Estado.

SINTOMAS

O teste rápido é importante porque os sintomas da malária – febre alta, tremedeiras, suor, dor de cabeça e vômito – podem demorar até dois meses para se manifestar (veja no infográfico). Durante este período, sem o tratamento, o paciente pode transmitir a doença a partir da picada do mosquito do gênero Anopheles.

Nos municípios vizinhos às áreas afetadas, também serão realizados testes rápidos com o objetivo de criar um “cinturão” para impedir o avanço da doença.

No Noroeste, agentes de saúde estão percorrendo a área rural dos municípios de Vila Pavão, Barra de São Francisco e Nova Venécia para tentar encontrar casos da doença e iniciar o tratamento o mais cedo possível.

Também foi enviado para região um carregamento de inseticida que mata o mosquito do gênero Anopheles. “A borrifação é feita em volta e dentro da casa das pessoas. Em caso de surto pode fazer até a borrifação nas ruas, por exemplo”, explica Ademilton.

PREVENÇÃO

 

A população também pode se prevenir. O Estado vai distribuir repelentes aos moradores dessas regiões juntamente com orientações de como evitar a malária.

“A população deve usar roupas manga comprida e evitar de sair à noite e ao entardecer, que é quando o mosquito é mais ativo. Além do repelente, é importante usar cortinado nas camas e berços e tela nas janelas e portas”, enumera o médico.

Segundo o Ministério da Saúde, está previsto o deslocamento de técnico do programa para apoiar as ações do Estado no controle do surto.

PROFISSIONAIS DA SAÚDE RECEBEM TREINAMENTO

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) enviou, na quinta-feira (2), equipe do Núcleo de Entomologia e Malacologia e do Laboratório Central de Saúde Pública do Espírito Santo (Lacen) para dar apoio à Superintendência Regional de Saúde do Noroeste e aos municípios envolvidos nas ações de controle e combate ao surto. Um médico e pesquisador da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) também esteve no local.

Profissionais de saúde região receberam treinamento com esse grupo em igreja de Vila Pavão. A Sesa fez alerta aos serviços municipais de saúde para que fiquem atentos a pacientes que busquem atendimento apresentando sintomas indicativos de malária, como febre alta e tremores. Nestes casos, eles devem questionar ao paciente se ele esteve no município de Vila Pavão recentemente ou se entrou em contato com alguém que reside ou que esteve na localidade.

CASOS PODEM TER SIDO REGISTRADOS COMO DENGUE

O número de casos confirmados de malária pode ser maior. Segundo o médico especialista na doença da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), Ademilton Cruzeiro, algumas pessoas podem ter sido diagnosticadas com dengue e terem, na verdade, malária.

“Algumas pessoas atendidas na Região Noroeste foram notificadas para dengue, mas estavam infectadas com malária. Os agentes de saúde não identificaram porque não se pensava que pudesse existir na região. Os próprios profissionais não têm manejo clínico porque não fazem isso no dia a dia”, explica.

Apesar da dengue ser causada por vírus e a malária por protozoário, os sintomas são semelhantes: febre, dor no corpo, dor de cabeça e vômito. A suspeita de malária só aparecia se a pessoa falasse que viajou recentemente para a região amazônica.

Por conta do surto, a Sesa mudou a abordagem com os pacientes. “Agora, toda pessoa que chega com quadro febril na região já vamos investigar para malária. Teve febre, procure as unidades de saúde mais próxima”, alertou o médico.

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